domingo, 10 de abril de 2022

RUTA NORTESUDAMERICA-Parte VIII-De Cuenca/Equador a Quito/Equador. Turismo em Quito.

 


19º DIA - 19/05/2018

Deixamos o Hostal 03 Rios às 08:12 h. Seguimos pela sinuosa rodovia E35 até a cidade de Alausi/Equador, a mesma que visitamos no dia anterior, para o passeio do Trem Nariz do Diabo. Rodamos 173 kms, parando num posto à beira da estrada, para um café e reabastecimento das motos. Chegamos às 10:41 h.



















Partimos somente às 11:36 h, continuando pela mesma rodovia E35, que a partir daí apresentou curvas mais suaves que o trecho anterior. Fizemos uma quilometragem menor nesse segundo trecho, no qual atravessamos uma grande cidade, Riobamba/Equador.  Também nesse trecho, vislumbramos várias churrasqueiras à beira da estrada, com uma iguaria muito apreciada pelos locais: o "cuy". Trata-se de um pequeno roedor, parecido com o nosso preá. Paramos num posto na cidade de Ambato/Equador, às 13:48 h, percorrendo 138 kms.

A parada foi rápida, e partimos às 14:00 h, para o trecho final, rumo a Quito/Equador. Nesse trecho a pista passou a ter 03 ou 04 faixas em cada sentido, uma coisa de cinema. Pegamos uma chuva forte, e acabei me separando de meu companheiro de viagem, o Hélio, que se adiantou em relação a mim. Nos reencontramos próximo a entrada de Quito/Equador. Chegamos próximo ao anoitecer, encharcados e com frio. Rodamos meio desorientados por algumas avenidas movimentadíssimas, até que avistamos um hotel, no qual paramos de imediato. Estimo que chegamos por volta das 16:30 h, percorrendo 137 kms neste trecho final.

O hotel era simples, mas limpo e com garagem para nossas motos. Os donos eram orientais, provavelmente os mesmos que eram donos do restaurante chinês existente no andar térreo. Fizemos nosso check-in, jantamos lá pelo restaurante chinês mesmo. Não saímos neste primeiro dia. 

Infelizmente não fiz registro fotográficos deste dia.

Quilometragem do dia = 448 km
Quilometragem acumulada = 5.033 km

20º DIA - 20/05/2018

O dia seguinte foi dedicado ao turismo em Quito/Equador e suas redondezas. Como só tínhamos 01 dia, optamos por conhecer 02 atrações: o Teleférico de Quito e a Cidade do Meio do Mundo.

Tomamos nosso café da manhã no hotel e seguimos de táxi até o teleférico. Chegamos ainda cedo mas já havia muitos visitantes na estação de embarque.



Confesso que antes de escrever este blog, achava que esse era o teleférico mais alto do mundo. Descobri que não é, mas sem dúvida está entre os mais altos. Quito tem uma altitude média de 2.850 m e o teleférico nos leva a mais de 4.000 metros. Lá em cima, caso o tempo esteja claro, sem nuvens ou nevoeiros, tem-se uma bela vista da cidade. Existe também uma estrutura de cafés e lanchonetes. Para os melhor aclimatados à altitude (e com mais disposição) podem subir ainda mais, em direção ao vulcão Pichincha, o que obviamente não o fizemos...Mas é um passeio que vale muito a a pena.


















Terminada nossa visita ao teleférico, seguimos de táxi, até o ponto de partida dos ônibus da empresa Quito Tours Bus. O ponto de partida/venda de bilhetes ficava num parque chamado Parque La Carolina, numa área nobre da cidade. Compramos o roteiro para a Ciudad Mitad del Mundo (Cidade do Meio do Mundo), com uma breve passagem no vulcão de Pululahua, uma reserva geobotânica.



A primeira parada foi no vulcão Pululahua. Trata-se de um vulcão de formato não tradicional como conhecemos (forma de cone). 
Tem como destaque o fato de ser um dos 02 únicos vulcões do mundo com a cratera habitada (o outro fica no Japão). Como disse antes,  a visita foi rápida, uma breve parada no caminho para a Ciudad Mitad del Mundo (Cidade do Meio do Mundo). Fomos apenas até o mirante na entrada do parque, mas existem outras opções de passeios, como cavalgada e visita ao povoado local, San Isidro. Para minha maior surpresa, verifiquei pelo Google que o vulcão ainda é considerado ativo, apesar de sua última erupção haver ocorrido há mais de 2.000 anos.




















De lá seguimos para a atração principal do passeio, a Ciudad Mitad del Mundo. Alguns pontos sobre essa atração: as origens dessa atração turística remontam ao século XVIII, quando o Equador ainda era parte do império colonial espanhol. Em 1736 uma missão de cientistas franceses foi enviada para realizar estudos para fins de comprovação da esfericidade da Terra (sim, a Terra é redonda!). Depois de muitos anos, chegaram à definição que a linha do Equador passaria exatamente no local da Ciudad Mitad del Mundo. Isso apenas com os parcos instrumentos da época e a com cálculos matemáticos.

Em 1979 foi erigido o monumento no local, indicando a delimitação dos hemisfério Norte e Sul da Terra. A atração foi sendo aprimorada ao longo do tempo e hoje é um dos principais destino turísticos de Quito/Equador. 

É verdade que anos após, com o advento do GPS e imagens de satélite, chegou-se à conclusão que existe um erro de 200 metros na localização exata da linha do Equador. Um erro desprezível, considerando-se a circunferência da Terra.

Neste local não pode-se deixar de tirar a clássica foto com os pés em cada um dos hemisférios, carimbar o passaporte e tentar colocar um ovo em pé (sem piadinhas...). Logicamente fizemos tudo isso e ainda encaramos o desafio de almoçar o famoso "cuy", o preá deles. Foi uma experiência gastronômica interessante, mas não sei se repetiria.






Retornamos do passeio no fim da tarde, com ponto final no mesmo local de partida, o Parque La Carolina. Resolvemos retornar ao hotel e jantar no restaurante chinês do hotel mesmo. Infelizmente, tentaram nos "roubar", na corrida de taxi de volta.

Deixo que claro que isso foi uma exceção, pois todos nossos deslocamentos de taxi em nossa viagem haviam ocorrido sem nenhum problema. Incrível que mesmo existindo tantos aplicativos de mapas (Google Maps, Maps Me, etc), ainda existam motoristas desonestos, que tentam dar voltas desnecessárias com os turistas. Desde os começo estranhei o percurso adotado pelo taxista e ativei o Google Maps. Mostrei-lhe claramente a "volta" que ele estava fazendo, e ele disfarçou que não estava entendendo. Por fim chegamos ao hotel, mas não pagamos o valor registrado no taxímetro. Pagamos um valor calculado por nós, descontando a "volta" que ele nos deu.

Jantamos e nos recolhemos cedo. O dia seguinte seguiríamos rumo à fronteira, para entrarmos na Colômbia, último país de nosso roteiro.





domingo, 28 de fevereiro de 2021

RUTA NORTESUDAMERICA-Parte VII-Turismo Em Cuenca/Equador e Redondezas

 


Resolvemos inicialmente, ficar 01 dia na encantadora cidade de Santa Ana de los Rios de Cuenca, no Equador. Cuenca é a terceira maior cidade equatoriana, com cerca de 600 mil habitantes. Seu centro histórico é considerado Patrimônio Mundial pela Unesco, desde 1999. Seria um dia para turismo básico pela cidade.

17º DIA - 17/05/2020

No dia seguinte à nossa chegada, fomos de táxi à Plaza Calderon. Soubemos que havia um city tour, feito em ônibus, que partia de lá. Eram ônibus de 02 andares, sendo o superior descoberto, da empresa Turisbus. O passeio incluía a possibilidade de descida e reembarque posterior, nos pontos turísticos do roteiro, como ocorre rotineiramente em vários city tours, em muitas cidades.



Durante o passeio, havia narração em duas línguas: espanhol e inglês. Mesmo com nosso portunhol, foi possível entender perfeitamente. Optamos por descer na parada do Museo del Sombrero de Paja Toquilla.

Aqui cabe um esclarecimento. O afamado chapéu "Panamá", é fabricado no Equador, mais especificamente na região de Cuenca. Ele é feito com uma palha (a tal palha toquilla), que nasce apenas nesse país. Ele ganhou essa denominação, pois foi muito usado, na construção do Canal do Panamá, sendo adotado inclusive pelos técnicos e engenheiros franceses e americanos, para se protegerem do calor.

Nesse museu, existem chapeús de todos os tamanhos, cores, estilos e preços. Lá é possível você acompanhar a fabricação de seu chapéu, em tempo real.







Eu e Hélio fizemos nossas compras, para os familiares. Eu comprei um chapéu para minha esposa, e uma camiseta para mim. Hélio comprou 02 chapéus. Tomamos um café por lá, e depois, nos dirigimos ao ponto de parada do ônibus turístico, para retomar o passeio.

Seguimos no passeio, descendo apenas no ponto final do city tour, o Mirador de Turi. Este mirante fica no alto de uma montanha, onde há uma igreja, bares,  restaurantes e lojas de artesanato. Além de tudo isso, desfruta-se de uma vista deslumbrante da cidade de Cuenca.



Do Mirador de Turi, o ônibus retornou ao seu ponto de partida, na Plaza Calderon.

Findo o passeio, procuramos os Correios do Equador. Precisávamos despachar as caixas dos chapéus. Levá-las nas motos seria praticamente impossível. Após uma pequena maratona, localizamos os correios, e conseguimos despachar as caixas.

Fomos de taxi ao Shopping del Rio, que ficava próximo à nossa pousada. Almoçamos na praça de alimentação, e durante o almoço, resolvemos ficar mais um dia em Cuenca. Ficamos sabendo do passeio do Trem Nariz do Diabo, que partia de uma cidade (Alausi) não muito distante de Cuenca (uns 170 km). Como além das motos, sou um apaixonado por trens, não podia perder essa oportunidade


18º DIA - 18/05/2020


Acordamos bem cedo. Indicaram-nos um ponto de vans, que faziam as linhas para as cidades próximas. Fomos de táxi até o local, mas informaram que as vans para a cidade de Alausi somente partiriam à tarde. Seguimos em nosso táxi até a rodoviária. Conseguimos passagens num ônibus que seguiria para Alausi.

Não demorou muito para o ônibus partir. Perguntei ao motorista o horário previsto para a chegada a Alausi. Ele confirmou que chegaríamos a tempo para a realização do passeio no Trem Nariz do Diabo. A viagem seguiu sem ocorrências, mas o ônibus parou para o café da manhã em uma cidade antes de Alausi (uns 35 km antes). Novamente chequei com o motorista, e ele confirmou que mesmo com a parada, chegaríamos a tempo para o passeio. Mesmo com a confirmação do motorista, resolvemos fretar um táxi e seguir viagem, sem o café da manhã.

Chegamos à estação ferroviária de Alausi, compramos nossa passagens e nos dirigimos a uma lanchonete próxima, para tomar nosso café da manhã. Após o café, retornamos à estação, ficando no aguardo da saída do trem.





Detalhes do passeio Nariz del Diablo: o passeio percorre o trecho de Alausi até o povoado de Sibambe. Em poucos quilômetros descemos 500 metros, seguindo por um estreito vale, margeando abismos na maior parte do percurso. A estrada foi construída ainda no século XIX, tendo um grande número de mortes entre os trabalhadores. No fim do percurso, dizem que se pode vislumbrar a formação montanhosa, que seria similar a um nariz. Eu, mesmo com muito esforço, não conseguir ver nariz nenhum...No povoado de Sibambe, o trem para por algum tempo, onde podemos assistir a apresentação de danças do folclore indígena local, e também há uma feirinha de artesanato. Pode-se também visitar a estação local, com fotos e dados da história ferroviária do Equador.




Após algum tempo, o trem partiu, fazendo o mesmo percurso, voltando para Alausi. Descemos do trem e fomos à pequena rodoviária local (na verdade um ponto de venda de passagens). Infelizmente os horários não eram bons para nosso retorno a Cuenca. Decidimos fretar uma camionete (custou uns  100 dólares) e chegamos a Cuenca ainda cedo, com toda a comodidade, tendo desembarcado no Shopping del Rio, para nosso almoço (que já era quase um jantar também). Foi um dinheiro muito bem gasto. Após comermos, retornamos caminhando à nossa pousada. No dia seguinte retomaríamos nossa viagem, indo até Quito, a capital do Equador.









domingo, 26 de abril de 2020

RUTA NORTESUDAMERICA-Parte VI - De Trujillo/Peru a Cuenca/Equador





Fizemos esse percurso nos dias 14, 15 e 16/05/2018. Foi um trecho pobre em registros fotográficos, mas rico em acontecimentos.

14º DIA - 14/05/2018

Partimos de nosso hotel em Trujillo/Peru às 08:07 h, após o café da manhã. Seguimos pela Rodovia 1N (Panamericana Norte), em seu traçado mais próximo do litoral. Paramos apenas num posto de combustíveis, na cidade de Chiclayo/Peru, após rodarmos 218 km, chegando lá às 11:07 h.  Paramos apenas para o reabastecimento das motos e um café rápido. Partimos às 11:35 h, continuando pela 1N, tendo como destino final do dia, as cidade de Piura/Peru ou Sullana/Peru, conforme decisão posterior.

Paramos num posto de combustíveis, na entrada da cidade de Piura/Peru, às 13:54 h, depois de percorrer 220 km

Como a loja de conveniência era "arrumada", eu e Hélio resolvermos almoçar por lá mesmo. Entre as coisas que comi, estava uma pamonha salgada, de cor verde, chamada tamal. Pelo que pesquisei, ela pode ser doce ou salgada, e ter vários tipos de recheio. Valeu pelo curiosidade gastronômica, mas prefiro nossa tradicional pamonha nordestina.


Almoço em Piura/Peru

Tamal, a "pamonha" peruana

Após nosso "almoço" resolvemos pernoitar em Piura/Peru, não seguindo para Sullana/Peru. Consultamos alguma possibilidade de hospedagem à beira da estrada, para evitar entrar na cidade. Diante da pobreza de opções, resolvemos procurar na cidade. Após uma ligeira busca, encontramos um hotel muito simples, sem café da manhã. 

Logo na parada em frente a este hotel, fomos abordados por alguns locais, curiosos com nossas motos e nossa viagem. Eles nos deram dicas para o jantar, e fizemos o checking no hotel, que possuía uma garagem nos fundos, embora os quartos não tivessem ar condicionado, e sim ventiladores.

Percebi aí o primeiro incidente do percurso: perdi uma das mãos da luva que estava usando, quando parei na frente do hotel. Refiz o trajeto a pé, mas não a localizei. Menos mal que eu havia levado 02 pares, embora o que restou fosse mais apropriado para enfrentar o frio. Jantamos numa loja de conveniência, num posto próximo ao hotel e voltamos para o hotel, para o pernoite.

15º DIA - 15/05/2018

Finalmente íamos deixar o Peru, e adentrar o Equador. Fizemos nosso checkout no hotel e seguimos com as motos para a mesma loja de conveniência em que jantamos na noite anterior. Lá iríamos abastecer as motos, calibrar os pneus e tomar nosso café da manhã.

Enquanto tomávamos nosso café da manhã, sentou-se numa mesa ao nosso lado, um viajante venezuelano, que conversou muito conosco, contando da situação de seu país. Saímos para pagar nossa conta e quando voltamos ela havia partido, sem despedidas.

Partimos seguindo em direção a Sullana/Peru, às 07:37 h. Cabe aqui uma explicação prévia: a partir de Sullana/Peru, existem 03 acessos para o Equador. Um mais próximo ao litoral (mais longo), passando por Tumbes/Peru, um outro mais central, passando por El Alamor/Peru e um terceiro, um pouco mais para o Leste, passando por Macará/Equador. Planejamos seguir a rota central, por El Alamor/Peru, com a intenção de pernoitar neste mesmo dia em Cuenca.

Ocorreu o segundo incidente do percurso: perdemos a saída para El Alamor/Peru e seguimos uns 20 km pelo trajeto que seguia para Tumbes/Peru. Desconfiei e parei para consultar alguns moradores locais, constatando o erro. Voltamos e somente então percebemos a placa, sinalizando o caminho para El Alamor/Peru.

Fizemos os procedimentos na aduana e migração peruanas, sem nenhuma complicação.


Aduana/Migração Peruanas I

Aduana/Migração Peruanas II




Atravessamos a ponte que separa os 02 países,  nos dirigimos para a migração e aduana equatorianas. Chegamos em hora não registrada por mim, percorrendo 150 km (incluindo nosso erro, acima citado).


Chegando ao Equador

Eis aqui o terceiro incidente do nosso percurso: o atendimento na migração transcorreu sem problemas. Mas na aduana, eu, Hélio e outro motociclista peruano, tomamos um chá de cadeira. A informação era de que "o sistema estava fora do ar". Após uma espera de mais de uma hora e meia, ele nos liberou para entrar no Equador, seguindo até a aduana de Macará/Equador.

Isso significou uma "volta" de 78 km. Não consegui replicar o trajeto no Google Maps, mas usei uma aproximação, que acabou ficando mais longa. Devemos ter seguido por estradas secundárias, acompanhando nosso companheiro motociclista peruano, que sabia o caminho mais curto para o outro posto aduaneiro.

Saímos da aduana de Lalamor/Equador às 12:38 h e chegamos na aduana de Macará/Equador às 14:12 h, percorrendo os 78 km em estradas em péssimo estado, muito perigosas. Em compensação, fomos muito bem atendidos pelo funcionário responsável, que inclusive nos disse que o problema poderia ter sido resolvido na aduana anterior, apenas preenchendo uns formulários manualmente...Com autorização dele, colamos nossos adesivos na parede.


Deixando a Marca do Conterrâneos do Asfalto


Tudo isso comprometeu nosso planejamento original, de chagar em Cuenca/Equador ainda nesse dia. Faltavam ainda uns 400 km até lá. Por sugestão do funcionário da aduana, resolveremos seguir para a cidade de Loja/Equador, mais próxima e com boa estrutura.

Reabastecemos as motos, num posto logo após a aduana, e partimos em direção à cidade de Loja/Equador às 14:54 h.
Uma mudança na arquitetura das casas nos chamou a atenção. Elas pareciam, de modo geral, com acabamento muito superior às das construções típicas peruanas.

Seguimos pela extremamente sinuosa estrada, e chegamos em Loja/Equador às 18:22 h, percorrendo 183 km neste trecho final dia. Para compensar a noite anterior, nos hospedamos num hotel muito confortável e bem localizado.

Agora o quarto, último e mais impactante incidente de nosso trajeto: perdi (ou furtaram) a totalidade dos dólares americanos que eu tinha levado em espécie!!! Eu os havia verificado a última vez na saída do hotel, lá em Piura/Peru.
Eu os levava sempre, num bolso grande em meu casaco, nas costas. Eu só posso especular 02 coisas: ou o envelope caiu no quarto do hotel (e alguma arrumadeira deve ter ficado muito contente...) ou o nosso falante venezuelano, do café da manhã em Piura/Peru, que sumiu subitamente, deu uma geral no meu casaco, quando me levantei para pagar a conta do café. Tudo apenas especulação, pois não consegui reaver minhas verdinhas...E olha que eu estava com uns 600 dólares em espécie.

Apesar do susto, eu ainda tinha uma boa quantia em dólares, num cartão pré-pago, que seria a minha salvação. E aprendi mais uma lição: divida o dinheiro em espécie em mais de um lugar. Se perder ou furtarem uma das partes, a perda não será de 100%.

Almoçamos próximo ao hotel e voltamos para dormir, confortavelmente, o sono dos justos.

16º DIA - 16/05/2018


Partimos do hotel em Loja/Equador, apenas às 09:36 h. O percurso do dia seria o menor de nossa viagem, apenas 213 km de Loja/Equador a Cuenca/Equador.

Fizemos apenas uma breve parada, num posto no meio do caminho. Havia um caixa eletrônico lá, e puder sacar dólares americanos. Sim, para os que não sabem, o Equador adotou a moeda americana, desde o ano de 2000.

Pit Stop antes de Cuenca/Equador
Chegamos em Cuenca/Equador, com uma chuva fina e fria. Rodamos um bocado procurando uma hospedagem. Encontramos, por mero acaso, o excelente e confortável Hostal Entre Rios.

Não registrei o horário de chegada, nem a quilometragem percorrida. Considerarei a quilometragem indicada pelo Google Maps - 213 km.

Quilometragem dos 03 dias = 1.062 km
Quilometragem acumulada = 4.585 km


domingo, 5 de janeiro de 2020

RUTA NORTESUDAMERICA-Parte V - De Huaraz/Peru a Trujillo/Peru




ETAPA V – De Huaraz/Peru a Trujillo/Peru    (13/05/2018)

13º DIA - 13/05/2019


Acordamos cedo, tomamos nosso café da manhã,arrumamos tudo, acertamos nossas contas no hotel e pegamos a estrada.

O percurso previsto para o dia não era extenso, mas iríamos passar por um local imperdível: o Canon del Pato. Este cânion é formado pelo Rio Santa, entre as cordilheiras Branca e Negra. Uma estrada estreita segue escavada entre enormes paredões de pedra, descendo em direção ao litoral. Apesar de todos os passeios e lugares interessantes para visitar em Huaraz/Peru e seus arredres, cometo a heresia de confessar que programei a visita a esta cidade, apenas com o intuito de percorrer o Canon del Pato...

Saímos de Huaraz/Peru às 08:05 h, pegando a rodovia 3N, em direção à cidade de Caraz/Peru. Paramos num posto na entrada desta cidade, às 09:20 h, percorrendo 67 km neste trecho inicial. Reabastecemos as motos e partimos logo, em direção ao Canon del Pato.

Após alguns kms, começamos a descida pelo Canon del Pato. A estrada  é asfaltada em sua maior parte, mas existem trechos sem asfalto, com asfalto ruim e a presença constante daquelas pedrinhas pequeninas na estrada, excelentes para uma escorregada, se não tomarmos cuidado. Durante as pesquisas para o planejamento, li que existem 37 (ou mais) túneis a longo desta estrada. Não posso garantir-lhes o número real, pois eu (Marcos) e meu companheiro de viagem (Hélio) perdemos a conta. Mas este trajeto, apesar de apresentar um certo risco, vale demais a pena.




Hidrelétrica no Canon del Pato

Existe uma hidrelétrica, ao longo do percurso, movida apenas pela força das águas do Rio Santa, sem necessidade de um grande represamento. Além da paisagem deslumbrante, o que nos chamou atenção também foi o encontro com alguns ciclistas, percorrendo o sentido contrário ao nosso, ou seja, subindo a cordilheira. Pena não ter tirado nenhuma foto desses verdadeiros aventureiros.



Já no final de nossa descida, encontramos um irmão motociclista, em viagem solo, também no sentido contrário ao nosso, subindo a cordilheira, em direção a Huaraz/Peru. Desta vez paramos nossas motos e ele também, para uma rápida conversa.

O nome dele era Josh, natural da Austrália. Ele era fluente em espanhol e podemos nos entender, mesmo usando o velho portunhol, de nossa parte. Disse que havia concluído um intercâmbio nos Estados Unidos, e resolveu comprar uma Kawasaki KLR 650 (usada), descendo desde a Califórnia/USA, para conhecer as Américas, sem prazo para terminar, nem local de destino final. Um sonho para qualquer viajante motociclista...Explicamos para ele nosso roteiro, também, e fizemos o registro fotográfico deste encontro.


Encontro com Josh, motocilista australiano


Despedimo-nos do nosso colega australiano e prosseguimos nosso roteiro. 

Após concluirmos a descida, já na parte mais baixa do vale do Rio Santa, paramos num paupérrimo povoado, de nome Chuquicara. Em todo o percurso pelo Canon del Pato, a única aglomeração humana que vimos foram as instalações da hidrelétrica. Aproveitamos para uma hidratação dos pilotos e uma ida ao banheiro. Não registrei nossa quilometragem desde a saída de Caraz/Peru, mas consultando o Google Maps, verifiquei que foram 105 kms neste trecho. Não registrei também o horário de nossa chegada.

Encontramos 02 simpáticos "papudinhos" (para os não nordestinos, o mesmo que pinguços, apreciadores de bebidas alcoólicas) peruanos, tranquilamente tomando umas cervejas numa venda à beira da estrada. Eles se chamavam Franklin (maldito colonialismo cultural americano...) e Tito Mauri, e ficaram muito curiosos com as motos, sobre a nossa viagem, e sobre nosso país. Eles nos ofereceram até uma cerveja como cortesia, mas como motociclistas conscientes, recusamos educadamente. Eles indicaram  um atalho, que iria reduzir nosso trajeto até Trujillo/Peru. Não levamos muita fé na informação, principalmente pelo ligeiro estado etílico de ambos. Posteriormente confirmei que realmente existe uma estrada, não asfaltada, que vai da localidade de Tanguche até a estrada 1N (Panamericana Norte), evitando a ida da até as proximidade da cidade de Chimbote/Peru, e que economizaria com certeza, muitos Kms para nós.


Hélio e os "papudinhos" de Chuquicara

Partimos em horário não registrado por mim (de novo!), desta vez pela rodovia 12, uma continuação (ou derivação) da rodovia 3N, com o intuito de paramos logo após alcançarmos a rodovia 1N (Panamericana Norte). Paramos num posto, logo após a cidade de Santa/Peru, já na rodovia 1N, após percorrermos 67 kms, às 15:30 h.

Abastecemos as motos, e partimos às 13:42 h, continuando pela 1N (Panamericana Norte), com parada final prevista para a cidade de Trujillo/Peru. Paramos num posto logo na entrada da cidade, às 15:08 h, percorrendo 113 kms neste trecho final. Pedimos informações sobre hotéis na cidade, mas resolvemos seguir para um dos que havíamos pesquisado durante o nosso planejamento. Contratamos um táxi que nos levou até o Antares Hotel Trujillo. Excelente hotel, localizado próximo à entrada da cidade. Para fins de atualização dos amigos viajantes, informo que este hotel mudou o nome para Rado Hotel.

A cidade de Trujillo/Peru nos surpreendeu positivamente. Fomos jantar numa boa churrascaria, e no caminho nosso taxista informou que ela era a 2ª cidade mais povoada do Peru. Jantamos na Parrilladas Buffalo Beef, uma comida muito boa, e voltamos ao hotel.


Jantar em Trujillo/Peru

No dia seguinte o destino seria a cidade de Piura/Peru, última escala antes de entrarmos no Equador.

Quilometragem do dia = 352 km.
Quilometragem acumulada = 3.523 km.

domingo, 6 de outubro de 2019

RUTA NORTESUDAMERICA-Parte IV - De Lima/Peru a Huaraz/Peru






ETAPA IV – De Lima/Peru a Huaraz/Peru (11/05 a 12/05/2018)

11º DIA – 11/05/2018

Após o café da manhã, em nosso confortável hotel, fechamos nossa conta e partimos para nosso roteiro do dia. O objetivo era chegar à cidade de Huaraz/Peru, conhecida como a "Suiça Peruana". Saímos do hotel pouco antes das 08:00 h.

Como havíamos sofrido bastante com o trânsito intenso de Lima/Peru, quando de nossa chegada, resolvemos traçar uma rota que nos levasse o mais rápido possível à rodovia panamericana. Isso seria uma forma de nos livrarmos o mais rápido possível do trânsito limenho. Como estávamos iludidos...


Conseguimos chegar à rodovia, com um pequeno engano, mas que logramos corrigir. Porém o trânsito na rodovia era  pior que o de Lima/Peru! Muitos ônibus, caminhões e carros. Além de nos perdemos algumas vezes, pegando vez por outra, indevidamente, um dos acessos para Lima/Peru, o trânsito na rodovia seguiu com grandes engarrafamentos, por cerca de uns 90 kms... Só depois disto nos sentimos realmente viajando em uma rodovia.

Acabamos nos livrando dos engarrafamentos, mas pegamos um nevoeiro daqueles de cortar de faca. Foi num trecho elevado, à beira do Pacífico. Não se enxergava um palmo à frente do nariz. Bateu o medo de guiar naquelas condições, correndo o risco de batermos na traseira de um caminhão ou carro. Felizmente, um anjo apareceu guiando um automóvel, e seguiu à nossa frente, em velocidade moderada, com o pisca alerta ligado. Seguimos nosso salvador até descermos ao nível do mar, onde o nevoeiro estava menos espesso.

Paramos num posto de combustíveis, na primeira cidade após o nevoeiro citado aí em cima. Era a cidade de Chancay/Peru. Como no posto não havia uma loja de conveniência, apenas abastecemos as motos e seguimos para um outro posto, na mesma cidade, com uma melhor estrutura para os viajantes. Chegamos às 10:40 h e percorremos 129 km neste trecho inicial.


Café em Chancay, após o nevoeiro

Após uma pausa para um café, e algumas dicas com um vigia do posto, partimos às 11:22 h, para o trecho intermediário previsto para o dia. Seguimos ainda pela rodovia 1N, Panamericana Norte, beirando como sempre o Pacífico até a cidade de Paramonga/Peru, onde pegamos uma outra rodovia, em direção a Huaraz/Peru. Agora deixaríamos o nível do mar e iríamos novamente às alturas dos Andes. Seguimos por essa estrada (Ruta 16) até o distrito de Tunán, pertencente à cidade de Paramonga/Peru, onde paramos para reabastecimento das motos. Paramos num posto de combustíveis às 13:08 h, percorrendo 142 km neste trecho. Fomos atendidos pelo simpático frentista Eduardo, que nos repassou, gentilmente, muitas informações sobre o percurso até Huaraz/Peru.


Hélio e o frentista Eduardo

Partimos de lá às 13:20 h, com intenção de seguirmos sem paradas até Huaraz/Peru. Fizemos duas paradas rápidas, uma para admirar a paisagem e outra para colocarmos roupas de frio, na localidade Conococha/Peru, a 4.100 metros de altitude.


Protegendo-se do frio!!!

Chegamos em Huaraz/Peru no final da tarde, e rodamos em busca de um bom hotel. Após visitarmos algumas opções mais populares, resolvemos escolher uma acomodação mais confortável. Afinal de contas, as dores lombares de Hélio ainda estavam incomodando-o muito. Solicitamos ao locais a indicação dos melhores hotéis da cidade. Indicaram-nos o Arawi Pastoruri Hotel. Chegamos nele por volta das 17:30 h, tendo percorrido 189 km neste trecho final.


Após nos alojarmos, descemos para ver as dicas de agências/passeios para fazermos no dia seguinte. Huaraz oferece muitos passeios pelos arredores. Merecia alguns dias para aprecia-los. Como só tínhamos um dia por lá, tivemos a difícil missão de escolher apenas uma das opções...

Tudo acertado para o dia seguinte, aceitamos a indicação da recepcionista do hotel e seguimos para a zona turística do centro da cidade, repleta de bares e restaurantes. Escolhemos um bom local para o jantar, como de praxe a principal alimentação nos dias de deslocamentos com a moto.

Matando a fome em Huaraz


Quilometragem do dia = 460 km.
Quilometragem acumulada = 3.171 km.


12º DIA – 12/05/2018

Após uma boa noite de sono, acordamos e fomos tomar nosso café da manhã, que era servido no estilo "americano". O café da manhã não era tão farto como os que estamos acostumados no Brasil.

Como ainda tínhamos algum tempo, antes da chegada da van de nosso tour, saímos para "arruar" pelas redondezas do hotel.











Voltamos ao hotel e em pouco tempo já estávamos na van, para o passeio do dia. Eu e Hélio éramos os únicos brasileiros. Os demais eram peruanos em turismo interno pelo seu país.

Como disse anteriormente, Huaraz/Peru serve de base para uma série de roteiros turísticos. Optamos por um mais abrangente, que contemplasse a maior variedade possível, mesmo que com prejuízo de um maior aprofundamento nos atrativos. Iríamos percorrer o vale entre as Cordilheiras Branca e Negra, conhecido como "Callejón de Huaylas" visitando algumas de suas cidades e uma breve visita ao Parque de Huascarán.

Nossa primeira parada foi na cidade de Carhuaz/Peru. Segundo nosso guia informou, a cidade é famosa pelos seus doces e sorvetes artesanais. Aproveitamos para saborear as delícias locais.


De lá seguimos para uma visita ao Parque de Huascarán. Huascarán é a montanha mais alta do Peru, e o parque é enorme. Nosso roteiro visitou apenas a Laguna Chinancocha. Existem cerca de 300 lagunas em todo o parque.



Após essa visita, paramos num restaurante na descida para o vale, para o almoço.

Após o almoço, continuamos nosso passeio. Seguimos para a cidade de Yungay/Peru. Essa cidade foi palco de uma grande tragédia, em 31/05/1970.

Naquela data, um forte terremoto ocorreu na região, afetando inclusive a própria Huaraz/Peru. A cidade mais atingida foi Yungay/Peru. O terremoto provocou uma grande avalanche, que desceu do cerro Huascarán, soterrando a cidade em poucos minutos. A cidade, que tinha cerca de 20.000 habitantes, foi quase totalmente soterrada, tendo escapado apenas cerca de 300 pessoas...A área soterrada foi transformada em um campo santo, sendo proibida a realização de escavações no local. Tudo que foi soterrado naquele dia (pessoas, animais, construções e veículos) permanece lá, sendo permitido apenas a visitação desse memorial. A cidade de Yungay/Peru foi reconstruída, cerca de 01 km distante da cidade original.




















Saímos de lá ao entardecer, já voltando para Huaraz/Peru. Antes de Huaraz/Peru, paramos num centro de artesanato, para uma visita. Chegamos ao hotel já de noite. Apenas jantamos no hotel mesmo e nos recolhemos cedo. No dia seguinte estaríamos de volta à estrada.