domingo, 26 de abril de 2020

RUTA NORTESUDAMERICA-Parte VI - De Trujillo/Peru a Cuenca/Equador





Fizemos esse percurso nos dias 14, 15 e 16/05/2018. Foi um trecho pobre em registros fotográficos, mas rico em acontecimentos.

14º DIA - 14/05/2018

Partimos de nosso hotel em Trujillo/Peru às 08:07 h, após o café da manhã. Seguimos pela Rodovia 1N (Panamericana Norte), em seu traçado mais próximo do litoral. Paramos apenas num posto de combustíveis, na cidade de Chiclayo/Peru, após rodarmos 218 km, chegando lá às 11:07 h.  Paramos apenas para o reabastecimento das motos e um café rápido. Partimos às 11:35 h, continuando pela 1N, tendo como destino final do dia, as cidade de Piura/Peru ou Sullana/Peru, conforme decisão posterior.

Paramos num posto de combustíveis, na entrada da cidade de Piura/Peru, às 13:54 h, depois de percorrer 220 km

Como a loja de conveniência era "arrumada", eu e Hélio resolvermos almoçar por lá mesmo. Entre as coisas que comi, estava uma pamonha salgada, de cor verde, chamada tamal. Pelo que pesquisei, ela pode ser doce ou salgada, e ter vários tipos de recheio. Valeu pelo curiosidade gastronômica, mas prefiro nossa tradicional pamonha nordestina.


Almoço em Piura/Peru

Tamal, a "pamonha" peruana

Após nosso "almoço" resolvemos pernoitar em Piura/Peru, não seguindo para Sullana/Peru. Consultamos alguma possibilidade de hospedagem à beira da estrada, para evitar entrar na cidade. Diante da pobreza de opções, resolvemos procurar na cidade. Após uma ligeira busca, encontramos um hotel muito simples, sem café da manhã. 

Logo na parada em frente a este hotel, fomos abordados por alguns locais, curiosos com nossas motos e nossa viagem. Eles nos deram dicas para o jantar, e fizemos o checking no hotel, que possuía uma garagem nos fundos, embora os quartos não tivessem ar condicionado, e sim ventiladores.

Percebi aí o primeiro incidente do percurso: perdi uma das mãos da luva que estava usando, quando parei na frente do hotel. Refiz o trajeto a pé, mas não a localizei. Menos mal que eu havia levado 02 pares, embora o que restou fosse mais apropriado para enfrentar o frio. Jantamos numa loja de conveniência, num posto próximo ao hotel e voltamos para o hotel, para o pernoite.

15º DIA - 15/05/2018

Finalmente íamos deixar o Peru, e adentrar o Equador. Fizemos nosso checkout no hotel e seguimos com as motos para a mesma loja de conveniência em que jantamos na noite anterior. Lá iríamos abastecer as motos, calibrar os pneus e tomar nosso café da manhã.

Enquanto tomávamos nosso café da manhã, sentou-se numa mesa ao nosso lado, um viajante venezuelano, que conversou muito conosco, contando da situação de seu país. Saímos para pagar nossa conta e quando voltamos ela havia partido, sem despedidas.

Partimos seguindo em direção a Sullana/Peru, às 07:37 h. Cabe aqui uma explicação prévia: a partir de Sullana/Peru, existem 03 acessos para o Equador. Um mais próximo ao litoral (mais longo), passando por Tumbes/Peru, um outro mais central, passando por El Alamor/Peru e um terceiro, um pouco mais para o Leste, passando por Macará/Equador. Planejamos seguir a rota central, por El Alamor/Peru, com a intenção de pernoitar neste mesmo dia em Cuenca.

Ocorreu o segundo incidente do percurso: perdemos a saída para El Alamor/Peru e seguimos uns 20 km pelo trajeto que seguia para Tumbes/Peru. Desconfiei e parei para consultar alguns moradores locais, constatando o erro. Voltamos e somente então percebemos a placa, sinalizando o caminho para El Alamor/Peru.

Fizemos os procedimentos na aduana e migração peruanas, sem nenhuma complicação.


Aduana/Migração Peruanas I

Aduana/Migração Peruanas II




Atravessamos a ponte que separa os 02 países,  nos dirigimos para a migração e aduana equatorianas. Chegamos em hora não registrada por mim, percorrendo 150 km (incluindo nosso erro, acima citado).


Chegando ao Equador

Eis aqui o terceiro incidente do nosso percurso: o atendimento na migração transcorreu sem problemas. Mas na aduana, eu, Hélio e outro motociclista peruano, tomamos um chá de cadeira. A informação era de que "o sistema estava fora do ar". Após uma espera de mais de uma hora e meia, ele nos liberou para entrar no Equador, seguindo até a aduana de Macará/Equador.

Isso significou uma "volta" de 78 km. Não consegui replicar o trajeto no Google Maps, mas usei uma aproximação, que acabou ficando mais longa. Devemos ter seguido por estradas secundárias, acompanhando nosso companheiro motociclista peruano, que sabia o caminho mais curto para o outro posto aduaneiro.

Saímos da aduana de Lalamor/Equador às 12:38 h e chegamos na aduana de Macará/Equador às 14:12 h, percorrendo os 78 km em estradas em péssimo estado, muito perigosas. Em compensação, fomos muito bem atendidos pelo funcionário responsável, que inclusive nos disse que o problema poderia ter sido resolvido na aduana anterior, apenas preenchendo uns formulários manualmente...Com autorização dele, colamos nossos adesivos na parede.


Deixando a Marca do Conterrâneos do Asfalto


Tudo isso comprometeu nosso planejamento original, de chagar em Cuenca/Equador ainda nesse dia. Faltavam ainda uns 400 km até lá. Por sugestão do funcionário da aduana, resolveremos seguir para a cidade de Loja/Equador, mais próxima e com boa estrutura.

Reabastecemos as motos, num posto logo após a aduana, e partimos em direção à cidade de Loja/Equador às 14:54 h.
Uma mudança na arquitetura das casas nos chamou a atenção. Elas pareciam, de modo geral, com acabamento muito superior às das construções típicas peruanas.

Seguimos pela extremamente sinuosa estrada, e chegamos em Loja/Equador às 18:22 h, percorrendo 183 km neste trecho final dia. Para compensar a noite anterior, nos hospedamos num hotel muito confortável e bem localizado.

Agora o quarto, último e mais impactante incidente de nosso trajeto: perdi (ou furtaram) a totalidade dos dólares americanos que eu tinha levado em espécie!!! Eu os havia verificado a última vez na saída do hotel, lá em Piura/Peru.
Eu os levava sempre, num bolso grande em meu casaco, nas costas. Eu só posso especular 02 coisas: ou o envelope caiu no quarto do hotel (e alguma arrumadeira deve ter ficado muito contente...) ou o nosso falante venezuelano, do café da manhã em Piura/Peru, que sumiu subitamente, deu uma geral no meu casaco, quando me levantei para pagar a conta do café. Tudo apenas especulação, pois não consegui reaver minhas verdinhas...E olha que eu estava com uns 600 dólares em espécie.

Apesar do susto, eu ainda tinha uma boa quantia em dólares, num cartão pré-pago, que seria a minha salvação. E aprendi mais uma lição: divida o dinheiro em espécie em mais de um lugar. Se perder ou furtarem uma das partes, a perda não será de 100%.

Almoçamos próximo ao hotel e voltamos para dormir, confortavelmente, o sono dos justos.

16º DIA - 16/05/2018


Partimos do hotel em Loja/Equador, apenas às 09:36 h. O percurso do dia seria o menor de nossa viagem, apenas 213 km de Loja/Equador a Cuenca/Equador.

Fizemos apenas uma breve parada, num posto no meio do caminho. Havia um caixa eletrônico lá, e puder sacar dólares americanos. Sim, para os que não sabem, o Equador adotou a moeda americana, desde o ano de 2000.

Pit Stop antes de Cuenca/Equador
Chegamos em Cuenca/Equador, com uma chuva fina e fria. Rodamos um bocado procurando uma hospedagem. Encontramos, por mero acaso, o excelente e confortável Hostal Entre Rios.

Não registrei o horário de chegada, nem a quilometragem percorrida. Considerarei a quilometragem indicada pelo Google Maps - 213 km.

Quilometragem dos 03 dias = 1.062 km
Quilometragem acumulada = 4.585 km


domingo, 5 de janeiro de 2020

RUTA NORTESUDAMERICA-Parte V - De Huaraz/Peru a Trujillo/Peru




ETAPA V – De Huaraz/Peru a Trujillo/Peru    (13/05/2018)

13º DIA - 13/05/2019


Acordamos cedo, tomamos nosso café da manhã,arrumamos tudo, acertamos nossas contas no hotel e pegamos a estrada.

O percurso previsto para o dia não era extenso, mas iríamos passar por um local imperdível: o Canon del Pato. Este cânion é formado pelo Rio Santa, entre as cordilheiras Branca e Negra. Uma estrada estreita segue escavada entre enormes paredões de pedra, descendo em direção ao litoral. Apesar de todos os passeios e lugares interessantes para visitar em Huaraz/Peru e seus arredres, cometo a heresia de confessar que programei a visita a esta cidade, apenas com o intuito de percorrer o Canon del Pato...

Saímos de Huaraz/Peru às 08:05 h, pegando a rodovia 3N, em direção à cidade de Caraz/Peru. Paramos num posto na entrada desta cidade, às 09:20 h, percorrendo 67 km neste trecho inicial. Reabastecemos as motos e partimos logo, em direção ao Canon del Pato.

Após alguns kms, começamos a descida pelo Canon del Pato. A estrada  é asfaltada em sua maior parte, mas existem trechos sem asfalto, com asfalto ruim e a presença constante daquelas pedrinhas pequeninas na estrada, excelentes para uma escorregada, se não tomarmos cuidado. Durante as pesquisas para o planejamento, li que existem 37 (ou mais) túneis a longo desta estrada. Não posso garantir-lhes o número real, pois eu (Marcos) e meu companheiro de viagem (Hélio) perdemos a conta. Mas este trajeto, apesar de apresentar um certo risco, vale demais a pena.




Hidrelétrica no Canon del Pato

Existe uma hidrelétrica, ao longo do percurso, movida apenas pela força das águas do Rio Santa, sem necessidade de um grande represamento. Além da paisagem deslumbrante, o que nos chamou atenção também foi o encontro com alguns ciclistas, percorrendo o sentido contrário ao nosso, ou seja, subindo a cordilheira. Pena não ter tirado nenhuma foto desses verdadeiros aventureiros.



Já no final de nossa descida, encontramos um irmão motociclista, em viagem solo, também no sentido contrário ao nosso, subindo a cordilheira, em direção a Huaraz/Peru. Desta vez paramos nossas motos e ele também, para uma rápida conversa.

O nome dele era Josh, natural da Austrália. Ele era fluente em espanhol e podemos nos entender, mesmo usando o velho portunhol, de nossa parte. Disse que havia concluído um intercâmbio nos Estados Unidos, e resolveu comprar uma Kawasaki KLR 650 (usada), descendo desde a Califórnia/USA, para conhecer as Américas, sem prazo para terminar, nem local de destino final. Um sonho para qualquer viajante motociclista...Explicamos para ele nosso roteiro, também, e fizemos o registro fotográfico deste encontro.


Encontro com Josh, motocilista australiano


Despedimo-nos do nosso colega australiano e prosseguimos nosso roteiro. 

Após concluirmos a descida, já na parte mais baixa do vale do Rio Santa, paramos num paupérrimo povoado, de nome Chuquicara. Em todo o percurso pelo Canon del Pato, a única aglomeração humana que vimos foram as instalações da hidrelétrica. Aproveitamos para uma hidratação dos pilotos e uma ida ao banheiro. Não registrei nossa quilometragem desde a saída de Caraz/Peru, mas consultando o Google Maps, verifiquei que foram 105 kms neste trecho. Não registrei também o horário de nossa chegada.

Encontramos 02 simpáticos "papudinhos" (para os não nordestinos, o mesmo que pinguços, apreciadores de bebidas alcoólicas) peruanos, tranquilamente tomando umas cervejas numa venda à beira da estrada. Eles se chamavam Franklin (maldito colonialismo cultural americano...) e Tito Mauri, e ficaram muito curiosos com as motos, sobre a nossa viagem, e sobre nosso país. Eles nos ofereceram até uma cerveja como cortesia, mas como motociclistas conscientes, recusamos educadamente. Eles indicaram  um atalho, que iria reduzir nosso trajeto até Trujillo/Peru. Não levamos muita fé na informação, principalmente pelo ligeiro estado etílico de ambos. Posteriormente confirmei que realmente existe uma estrada, não asfaltada, que vai da localidade de Tanguche até a estrada 1N (Panamericana Norte), evitando a ida da até as proximidade da cidade de Chimbote/Peru, e que economizaria com certeza, muitos Kms para nós.


Hélio e os "papudinhos" de Chuquicara

Partimos em horário não registrado por mim (de novo!), desta vez pela rodovia 12, uma continuação (ou derivação) da rodovia 3N, com o intuito de paramos logo após alcançarmos a rodovia 1N (Panamericana Norte). Paramos num posto, logo após a cidade de Santa/Peru, já na rodovia 1N, após percorrermos 67 kms, às 15:30 h.

Abastecemos as motos, e partimos às 13:42 h, continuando pela 1N (Panamericana Norte), com parada final prevista para a cidade de Trujillo/Peru. Paramos num posto logo na entrada da cidade, às 15:08 h, percorrendo 113 kms neste trecho final. Pedimos informações sobre hotéis na cidade, mas resolvemos seguir para um dos que havíamos pesquisado durante o nosso planejamento. Contratamos um táxi que nos levou até o Antares Hotel Trujillo. Excelente hotel, localizado próximo à entrada da cidade. Para fins de atualização dos amigos viajantes, informo que este hotel mudou o nome para Rado Hotel.

A cidade de Trujillo/Peru nos surpreendeu positivamente. Fomos jantar numa boa churrascaria, e no caminho nosso taxista informou que ela era a 2ª cidade mais povoada do Peru. Jantamos na Parrilladas Buffalo Beef, uma comida muito boa, e voltamos ao hotel.


Jantar em Trujillo/Peru

No dia seguinte o destino seria a cidade de Piura/Peru, última escala antes de entrarmos no Equador.

Quilometragem do dia = 352 km.
Quilometragem acumulada = 3.523 km.