ETAPA II – De Puerto Maldonado/Peru a Nazca/Peru (05/05 a 08/05/2018)
5º
DIA – 05/05/2018
Depois
de uma boa noite de sono, acordamos para mais um dia de estrada. Para
nossa grata surpresa, fazia um friozinho gostoso, com um nevoeiro
cobrindo a cidade. Situada na Amazônia Peruana, o calor é a regra
em Puerto Maldonado.
Em
nossa conversa na noite anterior, resolvemos fazer mais uma alteração
em nosso roteiro: ao invés de termos como destino final a cidade de
Cusco/Peru, onde ficaríamos 01 dia fazendo turismo, alteramos
nosso destino final para a cidade de Urubamba/Peru, no Vale Sagrado,
fazendo apenas o pernoite por lá. Apesar de Cusco e seu entorno terem
relevante valor histórico, cultural e turístico, optamos por
desviar do trânsito intenso de Cusco. Eu já havia visitado a antiga
capital dos incas em 2015 e Hélio lá estivera por 02 vezes. Embora
seja uma cidade que vale a pena ser revisitada, resolvemos priorizar
os lugares mais distantes e desconhecidos, que estavam por vir.
Tomamos
nosso café da manhã, apreciando a vista do alto do hotel, com o
nevoeiro já dissipado. Nos alimentamos bem, pois neste dia iríamos
literalmente às alturas, saindo de menos de 200 m de altitude, em
Puerto Maldonado/Peru, para extremos 4.725 m, na Abra Pirhuayani.
Apesar
trajeto relativamente longo, previsto para o dia, saímos de Puerto
Maldonado/Peru um pouco tarde. Saímos do hotel Centenário e paramos
num posto de gasolina (chamado “grifo” por lá) chamado San Luis,
para reabastecimento das motos. Iniciamos nossa viagem às 09:23 h.
Continuamos seguindo pela Estrada do Pacífico (30C). Nossa primeira
parada planejada era na cidade de Quince Mil/Peru, praticamente aos
pés dos Andes. A estrada é impecável, com asfalto em excelente
condições. Tivemos apenas 02 ocorrências durante nosso trajeto:
encontramos um grupo de brasileiros, de Mato Grosso e paramos para
tirar fotos com eles e uma parada numa blitz da polícia/exército
peruanos. Nesse último caso, tudo corria bem, até que o soldado do exército pediu para
mim, explicitamente, um “regalo” para ele. Eu desconversei e
Hélio acabou recorrendo ao nosso Spot (um rastreador via GPS),
dizendo que aquilo era um aparelho que possibilitava nossa
visualização em tempo real, via satélite de forma que nós
estávamos sendo assistidos naquele exato momento...Além disso,
Hélio recorreu ao nosso “santo protetor” em terras peruanas, um
certo “Major Juan”, um militar peruano que ele conheceu em sua
viagem em 2016, peguntando ao soldado se ele conhecia o tal major
Juan. Acabou funcionando e fomos liberados sem o tal “regalo” e
ainda tiramos uma foto com eles, kkk.
Paramos
num posto de gasolina/grifo próximo a Quince Mil/Peru às 15:10 h,
percorrendo 232 km nesse
trecho inicial.
Saímos
de lá, em horário não registrado por mim, pretendo fazer um trecho
único, até Urubamba/Peru. Cabe registrar que, acolhendo uma
indicação de nosso colega Herlandes, do Canal BR DUAS RODAS,
havíamos resolvido fazer um percurso alternativo, mesmo quando ainda
tínhamos Cusco/Peru como meta deste dia. Ao invés de seguirmos
direto pela rodovia 30C e depois a 3S até Cusco/Peru, pegaríamos
uma estrada que segue pelo Vale Sagrado, a 28B. Quem vai para
Cusco/Peru, ao chegar na cidade de Pisac/Peru, pega uma outra estrada
que leva direto a Cusco/Peru. Nós continuaríamos nessa estrada até
Urubamba/Peru.
Esse
é o trecho das grande mudanças de altitude e belas paisagens.
Começa com o belo visual de muitas cascatas, ao longo do início da
subida, passagens molhadas em plena rodovia (em menor número que na
viagem anterior, tendo em vista o término do período das chuvas).
Também tivemos os inevitáveis desmoronamentos. Pegamos um nas
proximidades da cidade de Marcapata/Peru, onde aproveitamos para uma
parada e reforço nas vestimentas, por conta da temperatura, que caía
a medida que subíamos. Passamos por um desvio de terra, estreito,
beirando um abismo.
Seguimos subindo cada vez mais, até chegar ao ponto culminante de nossa viagem: Abra Pirhuayani, a 4.725 m. O frio e a falta de ar estavam intensos e dessa vez não ousei parar, descer da moto e tirar uma foto. Paramos um pouco depois, para registrar em foto, sem descer das motos, uma daquelas imagens que compensam todas as dificuldades de uma viagem em moto: uma paz imensa, um silêncio absoluto, e ao fundo, a visão dos picos nevados. A temperatura estava em torno dos 2,0 graus, segundo o termômetro no painel da moto.
Continuamos pela rodovia 30C, descendo para módicos 3.000 a 3,500 metros de altitude até a cidade de Urcos/Peru, onde a rodovia passa a ser chamada 3S. Nesse trecho fomos novamente parados numa blitz, mas fomos liberados sem problemas. A estrada que devíamos pegar ( a 28B) estaria alguns kms adiante, segundo a dica que pegamos. Como já estava escuro, acabamos perdendo a entrada. Paramos num posto/grifo mais adiante, e solicitamos informações. Tivemos de voltar uns poucos kms para pegar a estrada correta. A partir da cidade de Pisac/Peru, fomos parando para ver a disponibilidade e preços dos hotéis. Como é uma área de muito interesse turístico, existem hotéis caros e luxuosos. Declinamos destes, pois a viagem era longa, e nosso orçamento limitado, não permitindo luxos desnecessários.
Chegamos ao Pumawanka Hostal, local escolhido para nosso pernoite em Urubamba/Peru, às 20:50 h. Percorremos 285 km nesse trecho final. Hospedagem simples, confortável e barata. Saímos para jantar num restaurante próximo e retornamos ao hostal, para o merecido descanso.
Seguimos subindo cada vez mais, até chegar ao ponto culminante de nossa viagem: Abra Pirhuayani, a 4.725 m. O frio e a falta de ar estavam intensos e dessa vez não ousei parar, descer da moto e tirar uma foto. Paramos um pouco depois, para registrar em foto, sem descer das motos, uma daquelas imagens que compensam todas as dificuldades de uma viagem em moto: uma paz imensa, um silêncio absoluto, e ao fundo, a visão dos picos nevados. A temperatura estava em torno dos 2,0 graus, segundo o termômetro no painel da moto.
Continuamos pela rodovia 30C, descendo para módicos 3.000 a 3,500 metros de altitude até a cidade de Urcos/Peru, onde a rodovia passa a ser chamada 3S. Nesse trecho fomos novamente parados numa blitz, mas fomos liberados sem problemas. A estrada que devíamos pegar ( a 28B) estaria alguns kms adiante, segundo a dica que pegamos. Como já estava escuro, acabamos perdendo a entrada. Paramos num posto/grifo mais adiante, e solicitamos informações. Tivemos de voltar uns poucos kms para pegar a estrada correta. A partir da cidade de Pisac/Peru, fomos parando para ver a disponibilidade e preços dos hotéis. Como é uma área de muito interesse turístico, existem hotéis caros e luxuosos. Declinamos destes, pois a viagem era longa, e nosso orçamento limitado, não permitindo luxos desnecessários.
Chegamos ao Pumawanka Hostal, local escolhido para nosso pernoite em Urubamba/Peru, às 20:50 h. Percorremos 285 km nesse trecho final. Hospedagem simples, confortável e barata. Saímos para jantar num restaurante próximo e retornamos ao hostal, para o merecido descanso.
Quilometragem
do dia = 517 km.
Quilometragem
acumulada = 1.606 km.
6º
DIA – 06/05/2018
Acordamos
com intuito de pegarmos a estrada mais cedo que o dia anterior. O
Hostal Pumawanka não fornecia café da manhã. Seguimos até uma
loja de conveniência num posto/grifo próximo para o nosso desjejum.
Aproveitamos e pegamos informações sobre o trajeto até
Abancay/Peru.
Partimos
às 08:12 h. Houve um pequeno erro, pois segui as indicações do
GPS, mas o caminho não batia com as informações que nos repassaram
na loja de conveniência. Paramos e com nosso “portunhol”
conseguimos confirmar que as dicas do pessoal da loja estavam
corretas, e nós estávamos no caminho errado. Entre ida e volta,
perdemos uns 8 kms.
Nosso
destino final nesse dia era a cidade de Chalhuanca/Peru, que fica
aproximadamente na metade do caminho entre Urubamba/Peru e
Nazca/Peru. Embora a distância total entre estas cidades
aparentemente possa ser percorrida em apenas uma dia, o relevo da
região, muito montanhoso, deixa o traçado da rodovia muito
sinuoso. Este trecho é conhecido como a “Estrada das Mil Curvas”.
A opção mais recomendável é um pernoite no meio do caminho.
Para
nossa surpresa, o roteiro inicial tinha um trecho em estrada de
terra. Pequeno, cerca de uns 12 km. Um pequeno tempero off road em
nossa viagem. Retomamos a Estrada do Pacífico (3S) nas proximidades
da cidade de Anta/Peru.
Seguimos
até a cidade de Abancay/Peru, com muitas curvas, subidas e descidas.
Destaque especial na chegada à cidade de Abancay/Peru, com uma
descida praticamente interminável, uma sequência de curvas muito fechadas e a insana velocidade com que os motoristas locais realizam essa
descida. Paramos num posto/grifo às 13:09 h, percorrendo 208
km neste trecho inicial.
Parada
rápida, de forma que saímos de lá às 13:32 h. Seguimos sem
ocorrências (nem blitz..). A poucos quilômetros de Chalhuanca/Peru,
avistamos um restaurante, num curva da estrada, à beira de um rio.
Como já estávamos próximos de nosso destino do dia, resolvemos,
excepcionalmente, parar para almoçar. Almoço simples, mas saboroso.
O melhor tempero, como dizem, é a fome. Almoçamos truta frita.
Soubemos depois, após postagem das fotos do local, que este fora o
mesmo restaurante que nosso amigo Gustavo parou para almoçar, em sua
viagem solo, poucos meses antes.
Não
registrei o horário de nossa partida do local, mas às 16:20 h já
estávamos alojados. Mais uma vez, uma hospedagem simples, sem café
da manhã, mas com apartamentos com banheiro privativos, água quente
e wi-fi! Percorremos 120 km
neste trecho final. Também dessa vez, nada de café da manhã no
hotel...
Após
nos alojarmos, saímos apenas para comprar lanches, pois ainda
estávamos bem nutridos com o almoço. Eu dormi sem problemas, mas
Hélio sofreria um pouco com a qualidade do colchão, já que ele
estava com dores lombares, desde o começo da viagem.
Quilometragem
do dia = 328 km.
Quilometragem
acumulada = 1.934 km.
7º
DIA – 07/05/2018
Acordamos
cedo e caminhamos até um restaurante próximo, para tomar nosso café
da manhã. Voltamos ao hotel e partimos às 08:00 h, pontualmente.
Logo na saída da cidade, encontramos um grupo de motociclistas
reabastecendo num posto/grifo. Voltamos para socializar com eles.
Era
um grupo de brasileiros, organizado pela empresa Moto Tour. Eles
também haviam pernoitado em Chalhuanca/Peru, num hotel muito bom
(que nós não localizamos no dia anterior...) e estavam seguindo até
Nazca/Peru, que também era nosso destino nesse dia. Perguntamos se
podíamos nos juntar ao grupo, desde que nosso ritmo não fosse
atrasá-los, e fomos prontamente incorporados. Eles contavam ainda com
uma van de apoio para o grupo.
Prosseguimos
com eles, com destino a Nazca/Peru, ainda pela “Estrada das Mil
Curvas”. Eu e Hélio seguimos na parte final do cortejo e pudemos
testemunhar o nível de disciplina e organização da turma. Cada um
tem um local pré-definido dentro da formação e isso é respeitado
até na hora das ultrapassagens. Cerca de uns 40 km antes da cidade
de Puquio/Peru, paramos num restaurante à beira da estrada, um
isolado e precário estabelecimento, em meio a uma paisagem deserta.
Mas para quem enfrentou temperaturas em torno de 5,0 a 7,0 graus
nesse trecho, era a oportunidade de se aquecer um pouco, além de
aliviar a bexiga.
Conversamos com o grupo, e resolvemos tentar a hospedagem no mesmo local onde
eles iriam ficar, a Casa Andina. Eles já tinham reservas e nós
iríamos aventurar. Essa rede hoteleira já havia sido bem referenciada
pelos amigos de Porto Velho/RO e Rio Branco/AC.
Partimos
em horário não registrado por mim. Antes de Nazca/Peru, ainda
fizemos mais uma parada, antes do início da descida. Uma precaução
por parte de Everson, proprietário da Moto Tour e organizador da
viagem. De fato haviam nos avisado que a descida era uma cansativa e
quase interminável sequência de curva fechadíssimas. A parada
serviria para um descanso antes do trecho final. Conversamos e partilhamos nossos lanches. Como no grupo havia também nordestinos (cearenses e
pernambucanos), tivemos a chance de saborear castanhas de caju em
plena cordilheira dos Andes!
Superamos
a interminável descida e chegamos ao hotel Casa Andina, às 14:30 h.
Felizmente eu e Hélio conseguimos uma vaga para nós. Percorremos
343 km neste dia. Agora era só relaxar, pois no dia seguinte,
seríamos apenas turistas.
Quilometragem do dia = 343 km.
Quilometragem acumulada = 2.277 km.
8º
DIA – 08/05/2018
Como
informado anteriormente, o dia seria apenas de passeios. O Everson
gentilmente nos colocou na van do grupo, para fazer o deslocamento
até o aeroporto, onde ocorre o mundialmente famoso sobrevoo das
linhas de Nazca.
Tomamos
nosso café, e ficamos no hotel, esperando a dissipação do nevoeiro
que estava na região do aeroporto. Ficamos conversando com nosso
irmãos nordestinos, do grupo da Moto Tour.
Pouco
tempo depois partimos para o aeroporto. O aeroporto é pequeno, mas
muito movimentado. Pessoas de toda parte do mundo, uma verdadeira
Babel. Everson não conseguiu nos encaixar no mesmo voo do grupo da Moto
Tour, mas nos indicou a mesma empresa, a Aerodiana. Segundo ele é a
maior e mais bem estruturada empresa que faz os voos. Eu e Hélio
fomos primeiro que os colegas da Moto Tour. Adiantarei logo que as
fotos (vide link para o álbum de fotos) das famosas linhas foram feitas com o celular, sendo necessária
uma ampliação, para visualizar as mesmas.
Terminamos
nosso voo, muito satisfeitos. Enquanto aguardávamos o grupo da Moto
Tour, fizemos algumas compras nas lojinhas que existem fora do
terminal de passageiros.
Voltamos
para o hotel e saímos logo para almoçar, pois depois teríamos mais
um excelente passeio turístico: passeio de buggy pelo deserto de
Nazca, com direito a visitas a sítios arqueológicos (inclusive à
cidade de Cahuachi, do antigo povo Nazca), cemitérios indígenas e
no final, sanboard nas dunas. Hélio resolveu ficar no hotel, por
conta das dores lombares.
Almocei
com o grupo da Moto Tour. Logo após o almoço fomos a uma rua lateral
pegar nosso veículo. É uma espécie de “gaiola” gigante, montado
em chassis de algum caminhão.
Paramos
inicialmente no Aqueduto de Ocongalla, obra da cultura Nazca.
Em
seguida visitamos a cidade de Cahuachi. Ela vem sendo vagarosamente
desenterrada das areias do deserto. A cultura Nazca desapareceu por
assimilação por parte de outras culturas ameríndias, em especial
os incas.
De
lá visitamos um antigo cemitério Nazca. Infelizmente, a maioria dos
cemitérios já foi violado, muitos anos atrás. Era costume do povo
Nazca enterrar seus mortos com pertences pessoais (cerâmicas,
colares, pulseiras, etc). Restou o triste visual de ossos
esbranquiçados pelo sol do deserto, espalhados pelas areias.
Por
fim, ao cair da tarde, subimos altas dunas de areia, com direito a
manobras ao estilo dos passeios de buggy em Natal/RN, e tivemos a
oportunidade de praticar o surfe na areia (sandboard). Cansativo era
ter de subir a duna para descer de novo...
Ao
cair da noite, iniciamos a volta para o hotel. Como previamente
avisado no início do passeio, tivemos de colocar nossos casacos,
pois o veículo é totalmente aberto, e faz bastante frio à noite,
no deserto. Confesso que apesar do sobrevoo das linhas ser o passeio
mais famoso, gostei mais do passeio pelo deserto.
À
noite eu eu Hélio saímos apenas para jantar, próximo do hotel.
Arrumamos as coisas para o percurso do dia seguinte e fomos dormir.
Segue abaixo, link para o álbum de fotos deste post:
Segue abaixo, link para o álbum de fotos deste post: