domingo, 28 de outubro de 2018

RUTA NORTESUDAMERICA-Parte II - De Puerto Maldonado/Peru a Nazca/Peru




ETAPA II – De Puerto Maldonado/Peru a Nazca/Peru (05/05 a 08/05/2018)


5º DIA – 05/05/2018

Depois de uma boa noite de sono, acordamos para mais um dia de estrada. Para nossa grata surpresa, fazia um friozinho gostoso, com um nevoeiro cobrindo a cidade. Situada na Amazônia Peruana, o calor é a regra em Puerto Maldonado.




Em nossa conversa na noite anterior, resolvemos fazer mais uma alteração em nosso roteiro: ao invés de termos como destino final a cidade de Cusco/Peru, onde ficaríamos 01 dia fazendo turismo, alteramos nosso destino final para a cidade de Urubamba/Peru, no Vale Sagrado, fazendo apenas o pernoite por lá. Apesar de Cusco e seu entorno terem relevante valor histórico, cultural e turístico, optamos por desviar do trânsito intenso de Cusco. Eu já havia visitado a antiga capital dos incas em 2015 e Hélio lá estivera por 02 vezes. Embora seja uma cidade que vale a pena ser revisitada, resolvemos priorizar os lugares mais distantes e desconhecidos, que estavam por vir.

Tomamos nosso café da manhã, apreciando a vista do alto do hotel, com o nevoeiro já dissipado. Nos alimentamos bem, pois neste dia iríamos literalmente às alturas, saindo de menos de 200 m de altitude, em Puerto Maldonado/Peru, para extremos 4.725 m, na Abra Pirhuayani.



Apesar trajeto relativamente longo, previsto para o dia, saímos de Puerto Maldonado/Peru um pouco tarde. Saímos do hotel Centenário e paramos num posto de gasolina (chamado “grifo” por lá) chamado San Luis, para reabastecimento das motos. Iniciamos nossa viagem às 09:23 h. Continuamos seguindo pela Estrada do Pacífico (30C). Nossa primeira parada planejada era na cidade de Quince Mil/Peru, praticamente aos pés dos Andes. A estrada é impecável, com asfalto em excelente condições. Tivemos apenas 02 ocorrências durante nosso trajeto: encontramos um grupo de brasileiros, de Mato Grosso e paramos para tirar fotos com eles e uma parada numa blitz da polícia/exército peruanos. Nesse último caso, tudo corria bem, até que o soldado do exército pediu para mim, explicitamente, um “regalo” para ele. Eu desconversei e Hélio acabou recorrendo ao nosso Spot (um rastreador via GPS), dizendo que aquilo era um aparelho que possibilitava nossa visualização em tempo real, via satélite de forma que nós estávamos sendo assistidos naquele exato momento...Além disso, Hélio recorreu ao nosso “santo protetor” em terras peruanas, um certo “Major Juan”, um militar peruano que ele conheceu em sua viagem em 2016, peguntando ao soldado se ele conhecia o tal major Juan. Acabou funcionando e fomos liberados sem o tal “regalo” e ainda tiramos uma foto com eles, kkk.





Paramos num posto de gasolina/grifo próximo a Quince Mil/Peru às 15:10 h, percorrendo 232 km nesse trecho inicial.

Saímos de lá, em horário não registrado por mim, pretendo fazer um trecho único, até Urubamba/Peru. Cabe registrar que, acolhendo uma indicação de nosso colega Herlandes, do Canal BR DUAS RODAS, havíamos resolvido fazer um percurso alternativo, mesmo quando ainda tínhamos Cusco/Peru como meta deste dia. Ao invés de seguirmos direto pela rodovia 30C e depois a 3S até Cusco/Peru, pegaríamos uma estrada que segue pelo Vale Sagrado, a 28B. Quem vai para Cusco/Peru, ao chegar na cidade de Pisac/Peru, pega uma outra estrada que leva direto a Cusco/Peru. Nós continuaríamos nessa estrada até Urubamba/Peru.

Esse é o trecho das grande mudanças de altitude e belas paisagens. Começa com o belo visual de muitas cascatas, ao longo do início da subida, passagens molhadas em plena rodovia (em menor número que na viagem anterior, tendo em vista o término do período das chuvas). Também tivemos os inevitáveis desmoronamentos. Pegamos um nas proximidades da cidade de Marcapata/Peru, onde aproveitamos para uma parada e reforço nas vestimentas, por conta da temperatura, que caía a medida que subíamos. Passamos por um desvio de terra, estreito, beirando um abismo.

Seguimos subindo cada vez mais, até chegar ao ponto culminante de nossa viagem: Abra Pirhuayani, a 4.725 m. O frio e a falta de ar estavam intensos e dessa vez não ousei parar, descer da moto e tirar uma foto. Paramos um pouco depois, para registrar em foto, sem descer das motos, uma daquelas imagens que compensam todas as dificuldades de uma viagem em moto: uma paz imensa, um silêncio absoluto, e ao fundo, a visão dos picos nevados. A temperatura estava em torno dos 2,0 graus, segundo o termômetro no painel da moto.




Continuamos pela rodovia 30C, descendo para módicos 3.000 a 3,500 metros de altitude até a cidade de Urcos/Peru, onde a rodovia passa a ser chamada 3S. Nesse trecho fomos novamente parados numa blitz, mas fomos liberados sem problemas. A estrada que devíamos pegar ( a 28B) estaria alguns kms adiante, segundo a dica que pegamos. Como já estava escuro, acabamos perdendo a entrada. Paramos num posto/grifo mais adiante, e solicitamos informações. Tivemos de voltar uns poucos kms para pegar a estrada correta. A  partir da cidade de Pisac/Peru, fomos parando para ver a disponibilidade e preços dos hotéis. Como é uma área de muito interesse turístico, existem hotéis caros e luxuosos. Declinamos destes, pois a viagem era longa, e nosso orçamento limitado, não permitindo luxos desnecessários.

Chegamos ao Pumawanka Hostal, local escolhido para nosso pernoite em Urubamba/Peru, às 20:50 h. Percorremos 285 km nesse trecho final. Hospedagem simples, confortável e barata. Saímos para jantar num restaurante próximo e retornamos ao hostal, para o merecido descanso.


Quilometragem do dia = 517 km.
Quilometragem acumulada = 1.606 km.

6º DIA – 06/05/2018

Acordamos com intuito de pegarmos a estrada mais cedo que o dia anterior. O Hostal Pumawanka não fornecia café da manhã. Seguimos até uma loja de conveniência num posto/grifo próximo para o nosso desjejum. Aproveitamos e pegamos informações sobre o trajeto até Abancay/Peru.

Partimos às 08:12 h. Houve um pequeno erro, pois segui as indicações do GPS, mas o caminho não batia com as informações que nos repassaram na loja de conveniência. Paramos e com nosso “portunhol” conseguimos confirmar que as dicas do pessoal da loja estavam corretas, e nós estávamos no caminho errado. Entre ida e volta, perdemos uns 8 kms.

Nosso destino final nesse dia era a cidade de Chalhuanca/Peru, que fica aproximadamente na metade do caminho entre Urubamba/Peru e Nazca/Peru. Embora a distância total entre estas cidades aparentemente possa ser percorrida em apenas uma dia, o relevo da região, muito montanhoso, deixa o traçado da rodovia muito sinuoso. Este trecho é conhecido como a “Estrada das Mil Curvas”. A opção mais recomendável é um pernoite no meio do caminho.

Para nossa surpresa, o roteiro inicial tinha um trecho em estrada de terra. Pequeno, cerca de uns 12 km. Um pequeno tempero off road em nossa viagem. Retomamos a Estrada do Pacífico (3S) nas proximidades da cidade de Anta/Peru.



Seguimos até a cidade de Abancay/Peru, com muitas curvas, subidas e descidas. Destaque especial na chegada à cidade de Abancay/Peru, com uma descida praticamente interminável, uma sequência de curvas muito fechadas e a insana velocidade com que os motoristas locais realizam essa descida. Paramos num posto/grifo às 13:09 h, percorrendo 208 km neste trecho inicial.

Parada rápida, de forma que saímos de lá às 13:32 h. Seguimos sem ocorrências (nem blitz..). A poucos quilômetros de Chalhuanca/Peru, avistamos um restaurante, num curva da estrada, à beira de um rio. Como já estávamos próximos de nosso destino do dia, resolvemos, excepcionalmente, parar para almoçar. Almoço simples, mas saboroso. O melhor tempero, como dizem, é a fome. Almoçamos truta frita. Soubemos depois, após postagem das fotos do local, que este fora o mesmo restaurante que nosso amigo Gustavo parou para almoçar, em sua viagem solo, poucos meses antes.




Não registrei o horário de nossa partida do local, mas às 16:20 h já estávamos alojados. Mais uma vez, uma hospedagem simples, sem café da manhã, mas com apartamentos com banheiro privativos, água quente e wi-fi! Percorremos 120 km neste trecho final. Também dessa vez, nada de café da manhã no hotel...

Após nos alojarmos, saímos apenas para comprar lanches, pois ainda estávamos bem nutridos com o almoço. Eu dormi sem problemas, mas Hélio sofreria um pouco com a qualidade do colchão, já que ele estava com dores lombares, desde o começo da viagem.

Quilometragem do dia = 328 km.
Quilometragem acumulada = 1.934 km.

7º DIA – 07/05/2018

Acordamos cedo e caminhamos até um restaurante próximo, para tomar nosso café da manhã. Voltamos ao hotel e partimos às 08:00 h, pontualmente. Logo na saída da cidade, encontramos um grupo de motociclistas reabastecendo num posto/grifo. Voltamos para socializar com eles.

Era um grupo de brasileiros, organizado pela empresa Moto Tour. Eles também haviam pernoitado em Chalhuanca/Peru, num hotel muito bom (que nós não localizamos no dia anterior...) e estavam seguindo até Nazca/Peru, que também era nosso destino nesse dia. Perguntamos se podíamos nos juntar ao grupo, desde que nosso ritmo não fosse atrasá-los, e fomos prontamente incorporados. Eles contavam ainda com uma van de apoio para o grupo.

Prosseguimos com eles, com destino a Nazca/Peru, ainda pela “Estrada das Mil Curvas”. Eu e Hélio seguimos na parte final do cortejo e pudemos testemunhar o nível de disciplina e organização da turma. Cada um tem um local pré-definido dentro da formação e isso é respeitado até na hora das ultrapassagens. Cerca de uns 40 km antes da cidade de Puquio/Peru, paramos num restaurante à beira da estrada, um isolado e precário estabelecimento, em meio a uma paisagem deserta. Mas para quem enfrentou temperaturas em torno de 5,0 a 7,0 graus nesse trecho, era a oportunidade de se aquecer um pouco, além de aliviar a bexiga.



Conversamos com o grupo, e resolvemos tentar a hospedagem no mesmo local onde eles iriam ficar, a Casa Andina. Eles já tinham reservas e nós iríamos aventurar. Essa rede hoteleira já havia sido bem referenciada pelos amigos de Porto Velho/RO e Rio Branco/AC.

Partimos em horário não registrado por mim. Antes de Nazca/Peru, ainda fizemos mais uma parada, antes do início da descida. Uma precaução por parte de Everson, proprietário da Moto Tour e organizador da viagem. De fato haviam nos avisado que a descida era uma cansativa e quase interminável sequência de curva fechadíssimas. A parada serviria para um descanso antes do trecho final. Conversamos e partilhamos nossos lanches. Como no grupo havia também nordestinos (cearenses e pernambucanos), tivemos a chance de saborear castanhas de caju em plena cordilheira dos Andes!



Superamos a interminável descida e chegamos ao hotel Casa Andina, às 14:30 h. Felizmente eu e Hélio conseguimos uma vaga para nós. Percorremos 343 km neste dia. Agora era só relaxar, pois no dia seguinte, seríamos apenas turistas.


Quilometragem do dia = 343 km.

Quilometragem acumulada = 2.277 km.

8º DIA – 08/05/2018

Como informado anteriormente, o dia seria apenas de passeios. O Everson gentilmente nos colocou na van do grupo, para fazer o deslocamento até o aeroporto, onde ocorre o mundialmente famoso sobrevoo das linhas de Nazca.

Tomamos nosso café, e ficamos no hotel, esperando a dissipação do nevoeiro que estava na região do aeroporto. Ficamos conversando com nosso irmãos nordestinos, do grupo da Moto Tour.

Reunião Nordestina em Nazca/Peru

Pouco tempo depois partimos para o aeroporto. O aeroporto é pequeno, mas muito movimentado. Pessoas de toda parte do mundo, uma verdadeira Babel. Everson não conseguiu nos encaixar no mesmo voo do grupo da Moto Tour, mas nos indicou a mesma empresa, a Aerodiana. Segundo ele é a maior e mais bem estruturada empresa que faz os voos. Eu e Hélio fomos primeiro que os colegas da Moto Tour. Adiantarei logo que as fotos (vide link para o álbum de fotos) das famosas linhas foram feitas com o celular, sendo necessária uma ampliação, para visualizar as mesmas.




Terminamos nosso voo, muito satisfeitos. Enquanto aguardávamos o grupo da Moto Tour, fizemos algumas compras nas lojinhas que existem fora do terminal de passageiros.

Voltamos para o hotel e saímos logo para almoçar, pois depois teríamos mais um excelente passeio turístico: passeio de buggy pelo deserto de Nazca, com direito a visitas a sítios arqueológicos (inclusive à cidade de Cahuachi, do antigo povo Nazca), cemitérios indígenas e no final, sanboard nas dunas. Hélio resolveu ficar no hotel, por conta das dores lombares.

Almocei com o grupo da Moto Tour. Logo após o almoço fomos a uma rua lateral pegar nosso veículo. É uma espécie de “gaiola” gigante, montado em chassis de algum caminhão.

Paramos inicialmente no Aqueduto de Ocongalla, obra da cultura Nazca.




Em seguida visitamos a cidade de Cahuachi. Ela vem sendo vagarosamente desenterrada das areias do deserto. A cultura Nazca desapareceu por assimilação por parte de outras culturas ameríndias, em especial os incas.





De lá visitamos um antigo cemitério Nazca. Infelizmente, a maioria dos cemitérios já foi violado, muitos anos atrás. Era costume do povo Nazca enterrar seus mortos com pertences pessoais (cerâmicas, colares, pulseiras, etc). Restou o triste visual de ossos esbranquiçados pelo sol do deserto, espalhados pelas areias.




Por fim, ao cair da tarde, subimos altas dunas de areia, com direito a manobras ao estilo dos passeios de buggy em Natal/RN, e tivemos a oportunidade de praticar o surfe na areia (sandboard). Cansativo era ter de subir a duna para descer de novo...



Ao cair da noite, iniciamos a volta para o hotel. Como previamente avisado no início do passeio, tivemos de colocar nossos casacos, pois o veículo é totalmente aberto, e faz bastante frio à noite, no deserto. Confesso que apesar do sobrevoo das linhas ser o passeio mais famoso, gostei mais do passeio pelo deserto.

À noite eu eu Hélio saímos apenas para jantar, próximo do hotel. Arrumamos as coisas para o percurso do dia seguinte e fomos dormir.

Segue abaixo, link para o álbum de fotos deste post:







domingo, 7 de outubro de 2018

RUTA NORTESUDAMERICA-Parte I - De Recife/PE a Puerto Maldonado/Peru



Meus caros leitores. Mais um vez me desculpo com vocês. A atualização do blog foi deixada de lado por mim. Em minha defesa tenho a alegar que estive por demais envolvido na realização de um novo grande projeto: a Ruta Norte Sudamerica.

Depois que nosso grupo realizou sua primeira e grande viagem internacional, a Ruta de los Andes, em 2015, a qual foi postada neste blog, eu sonhava com a hora de fazer uma nova longa viagem. Tive de esperar 03 anos, mas em maio/2018 o sonho se tornou realidade.


Foi um viagem diferente da anterior: alguns países novos, viagem com motos alugadas, quilometragem menor. Mas a empolgação e as horas gastas no planejamento não foram menores. No início iríamos em número maior de viajantes, mas por diversas razões, apenas eu (Marcos) e Hélio embarcamos nessa aventura. Nas postagens posteriores, à semelhança do que fiz com a viagem anterior, tentarei repassar-hes um pouco de nossas histórias, nesses 36 dias de viagem.

ETAPA I – De Recife/PE a Puerto Maldonado/Peru (01/05 a 04/05/2018)

1º DIA – 01/05/2018

Nosso trecho inicial, Recife/PE a Porto Velho/RO, foi percorrido de avião.Vou explicar. Como dito no texto introdutório, essa viagem foi realizada com motos alugadas. Alugamos a motos com a Tagino Adventure Tour (Silva Tour Representações Ltda), que fica em Porto Velho/RO. Foi uma indicação de nossos amigos acreanos, Raphael e Alicio. O Tagino, titular da empresa, é um experiente organizador de viagens, roteiros, etc. Com ele apenas alugamos as motos, para o percurso de Porto Velho/RO até Cartagena/Colômbia. O roteiro foi por nossa conta.

Saimos de Recife/PE no dia 01/05/2018, com embarque previsto para as 06:05 h, com conexão em Brasília/DF. Madruguei e segui para o aeroporto, para encontrar meu parceiro de viagem. Para nosso surpresa, o amigo Helenildo estava lá, para nos desejar uma boa viagem. Uma baita demonstração de amizade...


Fizemos o trecho inicial (Recife/PE a Brasília/DF) e após uma breve conexão, pegamos nosso vôo para Porto Velho/RO. Desembarcamos, pegamos nossas bagagens e chamamos um Uber para nos levar ao Hotel Nativo. O motorista não sabia andar na cidade! Após algumas voltas conseguimos chegar ao hotel. Fizemos nosso check in e fomos ver nossas motos. O Tagino havia deixado elas na garagem do hotel. Tudo em ordem, apenas com a ressalva de 02 coisas: o vidro do farol da minha GS 800 Adventure estava trincado e o pneu traseiro da GS 120 de Hélio não era o original, pois tinha um perfil muito on road. Comunicamos essas ressalvas ao representante de Tagino e recebemos as motos.


Ficamos o resto do dia no hotel e suas proximidades, saindo apenas para almoçar e jantar. No hotel, além de muitas conversas com o Zezinho, proprietário do Hotel Nativo, falamos com alguns motociclistas locais, que nos deram boas dicas, sobretudo com relação ao Peru. O Zezinho também é motociclista e está sempre recebendo, de braços abertos, os irmãos motociclistas que passam por lá.

2º DIA – 02/05/2018

No dia seguinte, começamos a parte motociclística de nossa viagem. Nesse dia nosso objetivo era Rio Branco/AC, distante cerca de uns 500 km, pela BR 364. Partimos logo após o farto café da manhã, deixando os adesivos de nossos motoclubes no painel. Perdi os dados relativos a horário e quilometragem deste 1º dia, portando a quilometragem será informada com base no Google Maps e horário, já era.


Nossa parada inicial foi no mesmo posto de combustível no qual paramos em nossa viagem de 2015, na cidade de Abunã/RO, um pouco antes da travessia (de balsa), do grande rio Madeira. Foram cerca de 215 km, sem paradas desde Porto Velho/RO. Reabastecemos, descansamos um pouco e partimos para o trecho seguinte, com destino a um posto, na entrada da cidade de Acrelândia/AC. Foram mais 195 km neste trecho, incluindo uma travessia de balsa, do rio Madeira. Novamente reabastecemos, descansamos e fizemos um lanche rápido. Em seguida partimos para o trecho final, o Villa Rio Branco Hotel. Chegamos no final da tarde, percorrendo uns 115 km nesse trecho final.



Nosso planejamento original previa apenas um pernoite em Rio Branco/AC, mas como tínhamos folga no nosso cronograma, resolvemos ficar um dia a mais. Temos bons amigos por lá, Hélio pretendia trocar o pneu traseiro da moto dele e eu aproveitaria para consertar minha bota (o solado de um dos pés descolou, o que foi “consertado” com o uso de silver tape).

À noite saímos para jantar num bar temático (motociclismo, claro), sendo levados de carro pelo nosso amigo Alício. Junto com ele veio o Herlandes, youtuber do canal BR DUAS RODAS, canal com muitas informações para os viajantes pela região e para o Peru, o qual só conhecíamos virtualmente. Um bom papo e mais dicas dos colegas, sobretudo para o trecho peruano.


Quilometragem do dia = 525 km.
Quilometragem acumulada = 525 km.

3º DIA – 03/05/2018

O dia foi destinado aos consertos citados anteriormente (minha bota, moto de Hélio) e passeio pela cidade. Tudo certo com os consertos. Almoçamos no hotel mesmo, uma comidinha mineira. No final da tarde fomos ao shopping Via Verde e à noite jantamos uma pizza com outro amigo nosso, o Raphael, em tom de despedida de Rio Branco/AC.



4º DIA – 04/05/2018

Partimos do hotel logo após nosso café da manhã. Saimos às 07:44 h. Seguimos pela BR 317, que se conecta com a Estrada do Pacífico. O objetivo do trecho inicial era seguirmos direto até Epitaciolândia/Brasiléia, cidades vizinhas, ainda no Acre, mas fizemos 02 paradas rápidas nas cidades de Senador Guiomar/AC e Capixaba/AC, pois Hélio estava se queixando de dores lombares. Chegamos numa das cidades citadas (não me pergunte qual...), parando num posto, às 10:44 h, percorrendo 226 km.


Após uma breve parada de reabastecimento das motos e dos pilotos, saímos às 11:14 h, com objeto de parar em Assis Brasil/AC, última cidade antes do Peru. Paramos no último posto no lado brasileiro, a pouco metros do posto aduaneiro do Brasil. Chegamos às 12:38 h, percorrendo 111 km neste trecho intermediário. Reabastecemos as motos e rapidamente seguimos para o posto aduaneiro, registrar a saída de nossas motos. O atendimento foi rápido, similar à nossa experiência anterior, em 2015. Parabenizo aos agentes da Polícia Federal pelo eficiente trabalho. Seguimos pela Estrada do Pacífico (30C), andando poucos metros, parando na cidade de Iñapari/Peru, para os procedimentos de entrada no país.

Como de praxe, seguimos para o escritório da Migração, para registrar a nossa entrada. Tivemos de esperar um tempo, não muito longo, até o término do horário de almoço do pessoal do escritório. Aproveitamos para saborear um refrigerante local, o Inca Kola, que nosso amigo Alício, denominou de “tinge tripa”. O sabor é...diferente...





Após os procedimentos migratórios, seguimos para o escritório da SUNAT, a receita federal peruana, para registrar a entrada das motos. O atendimento foi um pouco mais demorado, mas tudo correu sem problemas. Logo depois da SUNAT, fomos ao bar/loja da Tuca, que fica ao lado, para fazer o SOAT, o equivalente ao nosso DPVAT. Fomos atendidos pela filha da Tuca, que já estava avisada de nossa passagem por ali, através do Tagino, o locador de nossas motos. O SOAT foi feito rapidamente.

Partimos de Iñapari/Peru às 14:20 h, iniciando efetivamente a parte internacional de nossa viagem. Continuamos pela rodovia 30C, atravessando a Amazônia peruana, trecho com poucas cidades. O objetivo final do dia era a cidade de Puerto Maldonado/Peru. Chegamos e adentramos em Puerto Maldonado/Peru, procurando o Hotel Centenário, nosso conhecido da viagem de 2015, e após algumas voltas, avistamos o mesmo e podemos encerrar nosso dia motociclístico. Chegamos ao hotel às 17:08, percorrendo 227 km neste trecho final.

Nos instalamos no bom Hotel Centenário, saindo apenas para o jantar. Resolvemos comer num local frequentado pelos nativos, para provar a comida comum do dia a dia deles. Fomos num restaurante simples, ao lado do hotel. A experiência sociológica/gastronômica foi interessante, mas a comida não foi tão saborosa, mesmo para quem passou o dia apenas com o café da manhã e rápidos lanches no percurso.


Após o jantar, resolvi dar uma volta no típico veículo local, o tuc-tuc. O comércio estava em pleno funcionamento, apesar do horário já adiantado, para nosso padrões. Fui à Plaza de Armas, caminhei um pouco e retornei ao hotel, também de tuc-tuc. Hora de repousar, pois no dia seguinte iríamos literalmente às alturas!

Quilometragem do dia = 564 km.
Quilometragem acumulada = 1.089 km.

Segue Abaixo o link para o álbum:






domingo, 22 de abril de 2018

VIAGEM AO CARIRI CEARENSE (10/03 a 12/03/2017)



Passadas as festividades de final de ano e o carnaval, convenci meus companheiro do moto clube a fazer uma nova viagem. Dessa vez escolhemos a região do Cariri Cearense, que tem como cidades mais importantes, Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, destino há muito tempo desejado. O pretexto seria um evento motociclistico, que iria ocorrer na cidade de Crato/CE.

Confirmaram presença nessa viagem eu (Marcos), Amaro/Tânia, Hélio, Pedro Henrique e Helenildo/Tita. Ficamos de viajar na sexta-feira (10/03/2017) e como sempre, nosso ponto de encontro inicial escolhido foi o posto Ipiranga (na época, hoje não mais) na BR 232, na saída para o interior.

10/03/2017

Fui o primeiro a chegar ao ponto de encontro inicial, por volta das 06:40 h. Logo em seguida chegaram Amaro/Tânia. Esperamos até às 07:15 h, conforme havíamos combinado e resolvemos seguir até o próximo ponto de encontro, em Pombos/PE. Amaro
/Tânia partiram de imediato e eu fiquei me arrumando, quando Pedro chegou. Ele ainda foi  reabastecer a moto e partimos somente por volta das 07:28 h.




Eu e Pedro seguimos pela BR 232, até nosso próximo ponto de encontro, no posto Total, na saída da cidade de Pombos/PE. Chegamos às 07:57 h e o próximo componente de nossa viagem já estava nos esperando, juntamente com Amaro/Tânia. Esperamos mais algum tempo, e como não havia nenhuma mensagem para nós, entendemos que o casal Helenildo/Tita havia desistido da viagem. Partimos às 08:23 h, continuando pela BR 232. Quando estávamos atravessando o perímetro urbano da cidade de Gravatá/PE, fomos surpreendidos, positivamente, pela chegada de Helenildo/Tita, que desta forma se incorporaram ao nosso grupo. Seguimos direto, sempre pela BR 232, até o Posto Cruzeiro, em Arcoverde/PE, local combinado para nosso café da manhã. Foram percorridos 233 km, desde nosso ponto de encontro inicial. Chegamos às 10:33 h.



Demoramos um bom tempo, saboreando as delícias do restaurante/lanchonete do lugar, fazendo valor o esforço da "tirada" sem paradas, desde Pombos/PE. Para quem não conhece, caso esteja passando em viagem por este trecho, recomendo a parada para as refeições no local, e caso queiram, há também um hotel muito bom, para os que desejarem ali pernoitar. Partimos às 11:27 h, seguindo ainda pela BR 232.

Chegamos em nosso próximo ponto de parada, num posto aleatoriamente escolhido, na cidade de Serra Talhada/PE, às 13:05 h, percorrendo 153 km neste trecho. Dessa vez demoramos apenas o tempo necessário para reabastecimento das motos e dos pilotos/garupas, de forma que partirmos às 13:29 h.

Continuamos pela BR 232, até a cidade de Bom Nome/PE. De lá seguimos pela BR 361 até São José do Belmonte/PE, seguindo a partir dai por vias estaduais (PE 430 e CE 153) até alcançarmos a BR 116. Prosseguimos pela BR 116 até nosso próximo ponto de parada, um restaurante à beira da estrada, nas proximidades de Brejo Santo/CE. Paramos às 15:00 h, percorrendo 120 km neste trecho. Fizemos um rápido lanche no local, de forma que partimos em pouco tempo, às 15:25 h. Continuamos pela BR 116 uns poucos quilômetros, pegando a CE 293, antes da cidade de Milagres/CE. Chegamos ao nosso hotel - Lagoa Lazer, em Juazeiro do Norte/CE, às 16:26 h, percorrendo 68 km neste trecho final. Efetuamos nosso cheking, e antes de mais nada, relaxamos ali mesmo na recepção, tomando umas cervejas geladas.



Após nos alojarmos e tomarmos um bom banho, fomos à recepção, verificar as opções para o nosso jantar. Conforme registrado no relato acima, por tradição, não almoçamos em nossas viagens. A experiência nos ensinou que isso aumenta a sonolência e após o "breakfast", nos limitamos a lanches rápidos nas nossas paradas. Por isso o jantar tem de ser no capricho. Nos indicaram uma churrascaria próxima. Encaminhamo-nos para lá a pé mesmo e tivemos uma refeição digna do nome, num clima de alegria e descontração, encerrando nossas atividades nesse primeiro dia.



11/03/2017

O dia seguinte foi voltado ao turismo. Após nosso café da manhã no hotel, seguimos com as motos à Colina do Horto. É um importante ponto turístico e religioso da cidade, onde está erguida a estátua do Padre Cícero. Além da estátua, na colina há um museu, dedica ao Padre Cícero, lógico, e uma igreja. Além do mais, a vista de lá é belíssima.





Ficamos por lá um bom tempo, e no caminho de volta ao hotel, paramos num hipermercado, para comprar alimentos não perecíveis, a serem utilizados como ingresso no evento motociclístico no Crato/CE. 

Lá do hotel,Tânia ligou para o Sr. Paulo, pai de uma colega nossa de trabalho (Kátia), que mora na região. Ele se propôs a nos ciceronear, levando-nos a conhecer um dos seletos e tradicionais clubes do Crato/CE, o Clube Serrano. Ele se prontificou a nos levar em seu automóvel, mas como éramos muitos, chamamos um táxi para levar parte da turma. Seguimos em caravana até o Clube Serrano.





















Fomos muito bem recebidos, visitamos as instalações e almoçamos por ali mesmo, no restaurante do clube. Saímos já no fim da tarde, dividindo-nos com relação aos nossos destinos. A turma que estava no carro do Sr. Paulo foi conhecer a casa dele, e eu, Hélio e Pedro voltamos para o hotel, passando antes, numa outra estátua, também grandiosa: a estátua de Nossa Senhora de Fátima, na cidade do Crato/CE. Chegamos no hotel já à noite, assim com o restante da turma. Era a última noite do evento motociclístico, mas apenas Pedro se animou para ir. Diante da falta de disposição dos demais, ele acabou desistindo. Encerramos a noite pelo hotel mesmo, jantando e dormindo cedo. O dia seguinte seria de (muita) estrada.

12/03/017

Acordamos cedo, tomamos nosso café da manhã, acertamos nossa conta e partimos. Saímos pouco antes das 08:00 h, seguindo até a cidade de Missão Velha/CE, parando para reabastecimento das motos, rodando 28 km neste pequeno trecho inicial.

Conforme se vê no mapa no início deste post, o percurso da volta seria diferente do nosso de ida. Escolhemos voltar pela Paraíba, passando por Itaporanga/PB, Patos/PB e Campina Grande/PB, ou seja, atravessando a Paraíba de cabo a rabo.

Saímos às 08:35 h, em direção à nossa primeira parada prevista:Itaporanga/PB. Seguimos pela CE 293, atravessamos a cidade de Milagres/CE, pegamos um pequeno trecho da BR 116, novamente uma rodovia estadual, a CE 384, que continua como PB 386 até a cidade de Conceição/PB, onde pegamos a BR 361, até Itaporanga/PB, onde chegamos às 10:46 h, percorrendo 148 km desde Missão Velha/CE. Reabastecemos as motos e os pilotos/garupas rapidamente, partindo às 11:05 h.

Continuamos na BR 361, parando na cidade de Patos/PB, num posto na saída para Campina Grande/PB. Chegamos às 12:28 h, percorrendo 112 km neste trecho. Fizemos uma parada um pouco mais longa, para descanso de todos, um rápido lanche e reabastecimento das motos. Partimos em hora não registrada por mim, tendo como destino Campina Grande/PB. Seguimos agora pela BR 230 até nosso destino programado, parando num posto na via de contorno da cidade, já próximo às saídas para Caruaru/PE e João Pessoa/PB. Chegamos às 15:10 h, percorrendo 177 km neste trecho. Fizemos uma parada rápida, pois decidimos que dali iríamos parar mais uma vez, antes de Recife/PE, no Rei das Coxinhas, logo após João Pessoa/PB. Partimos às 15:27 h.

A estrada é excelente a partir daí, duplicada de Campina Grande/PB até João Pessoa/PB (BR 230), e também de João Pessoa/PB a Recife/PE (BR 101). Seguimos todos mais ou menos juntos até João Pessoa/PB, onde Pedro se despediu de nós (ele mora lá). A chuva nos pegou já nas proximidades da capital paraibana, de forma que eu e Hélio paramos para colocar as roupas de chuva, e Helenildo/Tita e Amaro/Tânia seguiram na frente. Eu e Hélio resolvemos seguir direto até nossas cidades, Recife/PE e Vitória de Santo Antão/PE, respectivamente. Foi um percurso longo e cansativo, principalmente com a chuva e o anoitecer. Todos chegaram bem em suas casas, inclusive Helenildo/Tita e Amaro/Tânia, que pararam no Rei das Coxinhas para comer. Não registrei o horário de chegada, até porque teria de definir um local válido para todos e não registrei a quilometragem percorrida. Utilizarei a distância calculada pelo Google Maps - 233 km (Campina Grande/PB a Recife/PE)

Com a bênção de Deus, mais uma grande viagem realizada, sem incidentes e com grandes e boas lembranças para todos.