Meus
caros leitores. Mais um vez me desculpo com vocês. A atualização
do blog foi deixada de lado por mim. Em minha defesa tenho a alegar
que estive por demais envolvido na realização de um novo grande
projeto: a Ruta Norte Sudamerica.
Depois
que nosso grupo realizou sua primeira e grande viagem internacional,
a Ruta de los Andes, em 2015, a qual foi postada neste blog, eu
sonhava com a hora de fazer uma nova longa viagem. Tive de esperar 03
anos, mas em maio/2018 o sonho se tornou realidade.
Foi
um viagem diferente da anterior: alguns países novos, viagem com
motos alugadas, quilometragem menor. Mas a empolgação e as horas
gastas no planejamento não foram menores. No início iríamos em
número maior de viajantes, mas por diversas razões, apenas eu
(Marcos) e Hélio embarcamos nessa aventura. Nas postagens
posteriores, à semelhança do que fiz com a viagem anterior,
tentarei repassar-hes um pouco de nossas histórias, nesses 36 dias
de viagem.
ETAPA
I – De Recife/PE a Puerto Maldonado/Peru (01/05 a 04/05/2018)
1º
DIA – 01/05/2018
Nosso
trecho inicial, Recife/PE a Porto Velho/RO, foi percorrido de
avião.Vou explicar. Como dito no texto introdutório, essa viagem
foi realizada com motos alugadas. Alugamos a motos com a Tagino
Adventure Tour (Silva Tour Representações Ltda), que fica em Porto
Velho/RO. Foi uma indicação de nossos amigos acreanos, Raphael e
Alicio. O Tagino, titular da empresa, é um experiente organizador de
viagens, roteiros, etc. Com ele apenas alugamos as motos, para o
percurso de Porto Velho/RO até Cartagena/Colômbia. O roteiro foi
por nossa conta.
Saimos
de Recife/PE no dia 01/05/2018, com embarque previsto para as 06:05
h, com conexão em Brasília/DF. Madruguei e segui para o aeroporto,
para encontrar meu parceiro de viagem. Para nosso surpresa, o amigo
Helenildo estava lá, para nos desejar uma boa viagem. Uma baita
demonstração de amizade...
Fizemos
o trecho inicial (Recife/PE a Brasília/DF) e após uma breve
conexão, pegamos nosso vôo para Porto Velho/RO. Desembarcamos,
pegamos nossas bagagens e chamamos um Uber para nos levar ao Hotel
Nativo. O motorista não sabia andar na cidade! Após algumas voltas
conseguimos chegar ao hotel. Fizemos nosso check in e fomos ver
nossas motos. O Tagino havia deixado elas na garagem do hotel. Tudo
em ordem, apenas com a ressalva de 02 coisas: o vidro do farol da
minha GS 800 Adventure estava trincado e o pneu traseiro da GS 120 de
Hélio não era o original, pois tinha um perfil muito on road.
Comunicamos essas ressalvas ao representante de Tagino e recebemos
as motos.
Ficamos
o resto do dia no hotel e suas proximidades, saindo apenas para
almoçar e jantar. No hotel, além de muitas conversas com o Zezinho,
proprietário do Hotel Nativo, falamos com alguns motociclistas
locais, que nos deram boas dicas, sobretudo com relação ao Peru. O
Zezinho também é motociclista e está sempre recebendo, de braços
abertos, os irmãos motociclistas que passam por lá.
2º
DIA – 02/05/2018
No
dia seguinte, começamos a parte motociclística de nossa viagem.
Nesse dia nosso objetivo era Rio Branco/AC, distante cerca de uns 500
km, pela BR 364. Partimos logo após o farto café da manhã,
deixando os adesivos de nossos motoclubes no painel. Perdi os dados
relativos a horário e quilometragem deste 1º dia, portando a
quilometragem será informada com base no Google Maps e horário, já
era.
Nossa
parada inicial foi no mesmo posto de combustível no qual paramos em
nossa viagem de 2015, na cidade de Abunã/RO, um pouco antes da
travessia (de balsa), do grande rio Madeira. Foram cerca de 215
km, sem paradas desde Porto Velho/RO. Reabastecemos,
descansamos um pouco e partimos para o trecho seguinte, com destino a
um posto, na entrada da cidade de Acrelândia/AC. Foram mais 195
km neste trecho, incluindo uma travessia de balsa, do rio
Madeira. Novamente reabastecemos, descansamos e fizemos um lanche
rápido. Em seguida partimos para o trecho final, o Villa Rio Branco
Hotel. Chegamos no final da tarde, percorrendo uns 115
km nesse trecho final.
Nosso
planejamento original previa apenas um pernoite em Rio Branco/AC, mas
como tínhamos folga no nosso cronograma, resolvemos ficar um dia a
mais. Temos bons amigos por lá, Hélio pretendia trocar o pneu
traseiro da moto dele e eu aproveitaria para consertar minha bota (o
solado de um dos pés descolou, o que foi “consertado” com o uso
de silver tape).
À
noite saímos para jantar num bar temático (motociclismo, claro),
sendo levados de carro pelo nosso amigo Alício. Junto com ele veio o
Herlandes, youtuber do canal BR DUAS RODAS, canal com muitas
informações para os viajantes pela região e para o Peru, o qual só
conhecíamos virtualmente. Um bom papo e mais dicas dos colegas,
sobretudo para o trecho peruano.
Quilometragem
do dia = 525 km.
Quilometragem
acumulada = 525 km.
3º
DIA – 03/05/2018
O
dia foi destinado aos consertos citados anteriormente (minha bota,
moto de Hélio) e passeio pela cidade. Tudo certo com os consertos.
Almoçamos no hotel mesmo, uma comidinha mineira. No final da tarde
fomos ao shopping Via Verde e à noite jantamos uma pizza com outro
amigo nosso, o Raphael, em tom de despedida de Rio Branco/AC.
4º
DIA – 04/05/2018
Partimos
do hotel logo após nosso café da manhã. Saimos às 07:44 h.
Seguimos pela BR 317, que se conecta com a Estrada do Pacífico. O
objetivo do trecho inicial era seguirmos direto até
Epitaciolândia/Brasiléia, cidades vizinhas, ainda no Acre, mas
fizemos 02 paradas rápidas nas cidades de Senador Guiomar/AC e
Capixaba/AC, pois Hélio estava se queixando de dores lombares.
Chegamos numa das cidades citadas (não me pergunte qual...), parando
num posto, às 10:44 h, percorrendo 226
km.
Após
uma breve parada de reabastecimento das motos e dos pilotos, saímos
às 11:14 h, com objeto de parar em Assis Brasil/AC, última cidade
antes do Peru. Paramos no último posto no lado brasileiro, a pouco
metros do posto aduaneiro do Brasil. Chegamos às 12:38 h,
percorrendo 111 km neste
trecho intermediário. Reabastecemos as motos e rapidamente seguimos
para o posto aduaneiro, registrar a saída de nossas motos. O
atendimento foi rápido, similar à nossa experiência anterior, em
2015. Parabenizo aos agentes da Polícia Federal pelo eficiente
trabalho. Seguimos pela Estrada do Pacífico (30C), andando poucos
metros, parando na cidade de Iñapari/Peru,
para os procedimentos de entrada no país.
Como
de praxe, seguimos para o escritório da Migração, para registrar a
nossa entrada. Tivemos de esperar um tempo, não muito longo, até o
término do horário de almoço do pessoal do escritório.
Aproveitamos para saborear um refrigerante local, o Inca Kola, que
nosso amigo Alício, denominou de “tinge tripa”. O sabor
é...diferente...
Após
os procedimentos migratórios, seguimos para o escritório da SUNAT,
a receita federal peruana, para registrar a entrada das motos. O
atendimento foi um pouco mais demorado, mas tudo correu sem
problemas. Logo depois da SUNAT, fomos ao bar/loja da Tuca, que fica
ao lado, para fazer o SOAT, o equivalente ao nosso DPVAT. Fomos
atendidos pela filha da Tuca, que já estava avisada de nossa
passagem por ali, através do Tagino, o locador de nossas motos. O
SOAT foi feito rapidamente.
Partimos
de Iñapari/Peru às
14:20 h, iniciando efetivamente a parte internacional de nossa
viagem. Continuamos pela rodovia 30C, atravessando a Amazônia
peruana, trecho com poucas cidades. O objetivo final do dia era a
cidade de Puerto Maldonado/Peru. Chegamos e adentramos em Puerto
Maldonado/Peru, procurando o Hotel Centenário, nosso conhecido da
viagem de 2015, e após algumas voltas, avistamos o mesmo e podemos
encerrar nosso dia motociclístico. Chegamos ao hotel às 17:08,
percorrendo 227 km neste
trecho final.
Nos
instalamos no bom Hotel Centenário, saindo apenas para o jantar.
Resolvemos comer num local frequentado pelos nativos, para provar a
comida comum do dia a dia deles. Fomos num restaurante simples, ao
lado do hotel. A experiência sociológica/gastronômica foi
interessante, mas a comida não foi tão saborosa, mesmo para quem
passou o dia apenas com o café da manhã e rápidos lanches no
percurso.
Após
o jantar, resolvi dar uma volta no típico veículo local, o tuc-tuc.
O comércio estava em pleno funcionamento, apesar do horário já adiantado, para nosso padrões. Fui à Plaza de Armas, caminhei um
pouco e retornei ao hotel, também de tuc-tuc. Hora de repousar, pois
no dia seguinte iríamos literalmente às alturas!
Quilometragem
do dia = 564 km.
Quilometragem
acumulada = 1.089 km.
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