domingo, 13 de dezembro de 2015

EXPEDICION RUTA DE LOS ANDES 2015 - Parte XX - VOLTANDO PARA CASA (Dias 28, 29, 30, 31 e 32)



DIA 28 - FOZ DE IGUAÇU/PR a MARÍLIA/SP (30/04/2015)


Partida de Foz do Iguaçu/PR
Chegamos finalmente à parte de nossa viagem. Embora faltassem ainda muitos km para nossas  casas, já estávamos em ritmo de despedida, ansiosos por chegar aos nossos lares. Teríamos pela frente, 05 dias de muita estrada, parando apenas para pernoitar. Neste trecho, talvez pelo sentimento ambíguo, de alegria por retornar à nossa cidade e de certa tristeza pelo fim de nossa aventura, escassearam os registros fotográficos. Vou tentar resumir os acontecimentos destes dias.

Partimos de nosso hotel em Foz do Iguaçu/PR às 07:48 h. Tivemos a companhia de meu cunhado Fábio por cerca de uns 100 km, quando ele separou-se de nós, tomando o caminho para São Paulo/SP. Fizemos nossa primeira parada num posto em Corbélia/PR, após rodarmos 210 km, às 10:45 km. Parada rápida para reabastecimento e às 11:00 h partimos para nossa próxima parada, Maringá/PR. Chegamos em Maringá/PR às 13:15 h, percorrendo 215 km. Fizemos uma parada um pouco mais demorada e partimos para nossa próxima etapa às 13:43 h. Chegamos ao primeiro posto após Sertanópolis/PR (Chapadão do Tigre) às 15:47 h, percorrendo 131 km. Não registrei nosso horário de partida e nem nosso horário de chegada ao destino final previsto para esse dia, Marília/SP, mas chegamos no final tarde. Foram 162 km neste trecho final, até o hotel.

Chegamos separados, primeiramente eu, Helenildo e Rodolfo. Esperamos a chegado dos outros dois num posto de combustível, próximo à estrada. Recebemos uma ligação de Lauro, informando que Hélio resolvera esticar por conta própria até Ribeirão Preto/SP, para dormir na casa de uma das filhas dele. Ensinamos o caminho de onde estávamos para Lauro e quando ele chegou, fomos procurar um hotel para pernoitar. Após rodarmos um pouco, encontramos um excelente hotel, que nos propiciou uma boa noite de sono. 

Nesse trecho nos separamos de nosso companheiro Eurípedes. Ele resolveu seguir outro caminho, por necessidade própria. Somente alguns dias depois tive notícias dele, por telefone. Pena que não pudemos nos despedir adequadamente dele.

QUILOMETRAGEM DO DIA:      718 KM.
QUILOMETRAGEM TOTAL:  11.547 KM.

DIA 29 - MARÍLIA/SP a PATROCÍNIO/MG (01/05/2015)


Partimos cedo do hotel, às 07:05 h. Paramos num posto na saída da cidade e seguimos para Ribeirão Preto/SP, onde nos reencontraríamos com Hélio. Nesse trecho tivemos problemas com a autonomia das motos. Existem poucos postos de combustíveis neste roteiro e terminamos seguindo até Ribeirão Preto/SP, sem reabastecimento. Acabei me separando dos outros três, mas por uma dessas coincidências incríveis, no reencontramos no primeiro posto, logo na entrada de Ribeirão Preto/SP. Foram 285 km e chegamos às 10:15 h. Neste trecho tenho a destacar a travessia do muito largo Rio Tietê, numa extensa ponte. 

O largo Rio Tietê, mais adiante.
Tivemos alguma dificuldade em contactar Hélio por telefone, e depois de algum tempo, resolvemos seguir sem ele. Quando já estávamos saindo, meu celular tocou e era ele informando que nos esperava na saída da cidade, junto com sua família. Nos encontramos com ele e partimos de Ribeirão Preto/SP às 10:58 h. Paramos uns 221 km adiante, após passarmos por Uberaba/MG, num posto de combustível, onde chegamos às 13:31 h. Partimos deste posto às 13:53 h.

Chegamos em Patrocínio/MG às 15:35 h, percorrendo 152 km neste trecho final. Encontramos um hotel novinho em folha (ROTA DO SOL HOTEL), ao lado do posto que paramos para abastecer.


QUILOMETRAGEM DO DIA:      658 KM.
QUILOMETRAGEM TOTAL:  12.205 KM.

DIA 30 - PATROCÍNIO/MG a SALINAS/MG (02/05/2015)

Partimos do hotel às 07:15 h. Rodamos pela BR 365 e paramos num posto de combustível, 155 km após Patrocínio/MG. Chegamos às 08:51 h. Fizemos uma parada rápida e partimos  às 09:17 h, com destino à Pirapora/MG.

Paramos num posto Shell, aproximadamente uns 3 km antes de Pirapora/MG. Chegamos às 10:44 h, percorrendo 161 km neste trecho. Mais uma parada rápida, e às 11:15 h partimos com destino a Montes Claros/MG.

Chegamos num posto Ipiranga às 12:50 h, percorrendo 170 km neste trecho. Fizemos mais uma parada rápida e partimos, em horário não registrado por mim, com destino a Salinas/MG.

Este trecho final foi muito cansativo, pois o número de caminhões era muito grande, e como o trecho envolvia muitos aclives/declives, as ultrapassagens precisavam ser muito bem pensadas. Acabei ficando para trás, rodando uns 80 a 100 km sem avistar meus companheiros, que foram mais ágeis (ou quem sabe, ariscos) nessas ultrapassagens. Somente alguns km antes de Salinas/MG ele pararam à beira da estrada para me esperar. Seguimos uma dica que no deram e seguimos além de Salinas/MG uns 12 km, chegando ao HOTEL TABORIU, onde pernoitamos. Chegamos às 16:36 h, percorrendo 240 km neste trecho final.


Hotel Tamboriu, Salinas/MG

QUILOMETRAGEM DO DIA:      726 KM.
QUILOMETRAGEM TOTAL:  12.931 KM.

DIA 31 - SALINAS/MG a FEIRA DE SANTANA/BA (03/05/2015)

Partimos do hotel às 06:54 h, seguindo pela BR 251, até o entroncamento com a BR 116, onde pegamos esta última, no sentido Norte, runo à Bahia. Paramos num posto Shell, uns 6 km antes da cidade de Cândido Sales/BA, a primeira logo após a divisa MG/BA. Um posto muito bem estruturado, como seria de praxe, doravante, na BR 116. Chegamos às 08:41 h, percorrendo 163 km. Partimos de lá às 09:10 h.

Neste nosso penúltimo dia de viagem destaco 02 eventos: 1) a cordialidade de nosso irmãos camioneiros, que na maioria das vezes iam para o acostamento para facilitar nossas ultrapassagens. Isso já havia acontecido desde o dia anterior, ainda em MG; e 2) nossos companheiros Hélio e Rodolfo resolveram fazer uma viagem à parte, deixando a mim, Helenildo e Lauro para trás.

Seguimos pela BR 116, passando por Vitória da Conquista/BA e parando num complexo rodoviário (Posto São Jorge) alguns km depois desta cidade. Havia uma mega estrutura para os viajantes, inclusive com quiosque do banco 24 horas e barbearia. Chegamos às 11:00 h, percorrendo 112 km neste trecho. Parada rápida, e partimos às 11:26 h.

Continuamos pela BR 116. Paramos num posto de combustível alguns quilômetros depois de Jequié/BA, na entrada para Lafaiete Coutinho/BA às 13:24 h, percorrendo 151 km. Partimos em horário não registrado por mim, com destino a Feira de Santana/BA, ponto final programado para este dia.

Chegamos em Feira de Santana/BA no final da tarde, em horário também não registrado por mim. Nossos colegas apressados (Hélio e Rodolfo) nos ligaram enquanto estávamos verificando um hotel logo na entrada da cidade, o qual estava em visível estado de abandono. Eles nos deram a dica da POUSADA OÁSIS, um pouco mais adiante e também seguimos para lá. Foram 232 km percorridos neste trecho final.


QUILOMETRAGEM DO DIA:      658 KM.
QUILOMETRAGEM TOTAL:  13.589 KM.

DIA 32 - FEIRA DE SANTANA/BA a RECIFE/PE (04/05/2015)

Saímos da pousada às 06:52 h. Seguimos ainda pela BR 116, enfrentando um tráfego intenso até a cidade de Santa Bárbara/BA. Logo após o tráfego foi aliviando aos poucos. Na altura da cidade de Tucano/BA, pegamos a BR 410, até a cidade de Ribeira do Pombal/BA, onde chegamos às 09:31 h, percorrendo 195 km. Partimos às 10:02 h, com destino a Paulo Afonso/BA.

Seguimos agora pela BR 110 até Paulo Afonso/BA, atravessamos a fronteira BA/AL e pegamos a BR 423, parando no primeiro posto logo após a divisa, onde chegamos às 11:55 h, percorrendo 186 km. Partimos às 12:28 h, tendo como próximo destino Garanhuns/PE.

Continuamos pela BR 423, chegando em Garanhuns/PE às 14:31 h, percorrendo 212 km neste trecho. Partimos às 15:04 h, para nosso trecho final, até Recife/PE.

Seguimos pela BR 423 até São Caetano/PE, pegando nossa velha conhecida BR 232 a partir daí. Paramos em frente ao posto Ipiranga, em Santo Aleixo, marco final estipulado para nossa jornada, onde chegamos às 17:23 h, percorrendo 216 km neste trecho final. Eu, Helenildo e Lauro fizemos questão de descer de nossas motos e registrar o evento. Infelizmente, cinco companheiros partiram e apenas três concluíram juntos a viagem. Não sei se é idealismo de minha parte, mas para mim, todos deveriam ter concluído a viagem juntos, independente da pressa de chegar em casa.


Comemorando o final da jornada
Concluo assim a história dessa realização de um sonho juvenil, compartilhado com meus 04 companheiros. Já temos muito o que contar aos amigos e parentes. Mas não vou negar, que ficou ainda em mim, e creio que posso falar em nome dos demais, um gostinho de quero mais...

Segue abaixo o link com o vídeo destes últimos 05 dias da viagem.



QUILOMETRAGEM DO DIA:      809 KM.
QUILOMETRAGEM TOTAL:  14.398 KM.

domingo, 8 de novembro de 2015

EXPEDICION RUTA DE LOS ANDES 2015 - Parte XIX - TURISMO EM FOZ DE IGUAÇU/PR (Dia 27)



DIA 27 - CIUDAD DEL ESTE/Paraguai e FOZ DE IGUAÇU/PR (29/04/2015)

Dia de turismo, nada de motos. Conforme programado, em Foz do Iguaçu/PR teríamos nosso último dia livre, para passeios turísticos. Depois seriam dias de estrada apenas, com paradas apenas para dormir, até Recife/PE.

Já que só tínhamos um dia, resolvemos nos concentrar no mais comum: ida à zona franca de Ciudad del Este/Paraguai pela manhã e visita às Cataratas do Iguaçu à tarde. Hélio acertou um pacote com o mesmo taxista que os levou ao passeio em Itaipu. Depois do café da manhã, ele chegou no hotel, e fomos todos num carro só. Eu que sou o maior e o mais robusto (para não dizer gordo) de todos, tive o privilégio de ir no banco da frente. Todos os outros cinco de alguma forma se acomodaram na parte traseira (banco/mala) do táxi.

No breve percurso até o Paraguai, o taxista foi nos dando algumas dicas. Aconselhou-nos a comprar apenas nas grandes lojas, e citou o nome de algumas. Só lembro o nome de uma: Madrid Center. Ele nos deixou em plena "muvuca" de Ciudad del Este/Paraguai. A cidade é um grande mercado, tanto nas lojas como a céu aberto. Logicamente, com uma grande concentração de pessoas, a atenção com furtos tem de ser em dobro. Não tivemos nenhum problema com relação a isto. Apenas fomos muito abordados por ofertas de vendedores ambulantes e de lojas menores, mas isso é de praxe por lá. Ficamos a maior parte do tempo todos juntos, com exceção de Eurípedes. Como ele é um aficcionado da pescaria, foi em busca de lojas especializadas nesta área. Meu interesse e dos demais era por eletrônicos. No final da manhã, todos nos encontramos na avenida principal, próximo à ponte, alegres com suas compras, e aguardando nosso táxi para retorno ao hotel.


Regresso ao hotel, após as compras
Ligamos para nosso táxi e retornamos ao hotel. Iríamos guardar as compras, almoçar e seguir para as cataratas. Quando chegamos ao hotel tive uma surpresa: meu cunhado Fábio Henrique estava lá, nos aguardando. Ele se mandou de Sampa até Foz numa Yamaha Fazer 250. Cumpriu sua promessa, que eu não levei a sério, de que iria encontrar nosso grupo em Foz do Iguaçu/PR. Ele acompanhou o planejamento da viagem e conhecia  nosso roteiro. Dei um jeito de alocá-lo no mesmo quarto em que eu estava, que passou de duplo para triplo, e fomos de táxi para o almoço e às cataratas. Embora houvesse um integrante a mais no grupo, com a chegada do Fábio, todos podemos ir no mesmo táxi, pois Eurípedes não quis fazer o passeio às cataratas, que ele já conhecia, e já havia almoçado num restaurante seu velho conhecido, lá mesmo em Ciudad del Este/Paraguai.

Se na noite de nossa chegada, este mesmo taxista havia nos levado a uma boa churrascaria, mas de preço decente, desta vez ele nos levou para uma churrascaria de luxo, daquelas de arrancar o couro de pobres turistas motociclistas. Logo na chegada, já desconfiei que a conta seria uma facada, mas como ninguém falou nada, não passei recibo de liso. A comida estava boa, o ambiente era agradável, mas como eu temia, a conta veio salgada. Mais de R$ 100,00 per capita. Essa foi a única vez em toda a viagem que me senti um mané, pagando mais que o devido. Mas isso faz parte da vida de quem é turista, e ter entrado em apenas uma roubada em toda essa viagem até que foi lucro.


Almoço na Churrascaria (antes da conta chegar)
Deixando o custo da almoço para lá, seguimos de táxi até o Parque Nacional do Iguaçu. Tudo muito limpo, bonito e organizado. Compramos nossos bilhetes de acesso e entramos nos ônibus. Infelizmente, por razões orçamentárias (pelo menos no meu caso), ninguém se aventurou a fazer o passeio de barco, até bem próximo às cachoeiras. Resolvemos ficar com a atração básica, que é a visão das cataratas através das passarelas. A natureza mais uma vez nos brindou com sua exuberância e beleza nesta viagem. Mais uma vez refletimos como somos pequenos diante dela. Realmente, nosso Brasil também é riquíssimo em belezas naturais, e o passeio às cataratas é imperdível. Minhas palavras não estão à altura deste espetáculo. Admirem algumas fotos tiradas por nós.





















Terminamos nosso passeio no final da tarde. Seguimos juntos no ônibus até o portão de entrada/saída, menos meu cunhado Fábio, que apartou-se de nós. Ainda esperamos um bom tempo no ponto de embarque dos ônibus, mas acabamos seguindo sem ele. Encontramos com ele na saída, pois ele havia vindo sozinho em outro ônibus. 

Grupo reunido, chamamos nosso táxi para levar-nos ao hotel. Ao chegarmos lá, tivemos uma surpresa com relação ao pagamento dos serviços do taxista. O valor cobrado ficou maior que o informado por Hélio, que havia negociado o pacote. Como não havia participado das negociações, paguei a parte que me cabia, e ou outros acabaram fazendo o mesmo.

O resto dia (noite) seria apenas para dormir (nem lembro se saímos para jantar ou ficamos pelo hotel mesmo), aproveitando para descansar bem. A partir do dia seguinte iríamos parar apenas para dormir, no trajeto de retorno até o Recife/PE.

Mais uma vez, como não saímos com nossas motos, não temos quilometragem a computar neste dia.

Segue abaixo o link do vídeo do nosso passeio às cataratas.


EXPEDICION RUTA DE LOS ANDES 2015 - Parte XVIII - VOLTANDO AO BRASIL (Dia 26)


 


DIA 26 - ASSUNÇÃO/Paraguai a FOZ DE IGUAÇU/PR (28/04/2015)


Acordamos cedo, como de praxe. O percurso do dia não seria longo, mas saindo cedo, chegaríamos cedo, ainda com tempo para fazer algum passeio em Foz de Iguaçu/PR. Tomamos um bom café da manhã, pagamos nossa conta e saímos da POSADA SHALOM às 07:45 h.

Partida da POSADA SHALOM
Encontrar a saída da cidade de Assunção/Paraguai, para pegarmos a estrada em direção a Ciudad del Este/Paraguai, foi mais complicado do que eu havia imaginado. Existem muitas cidades satélites ao redor de Assunção/Paraguai, de forma que rodamos muito tempo em zona urbana, até finalmente chegarmos à Ruta 2, saída para o leste do país. Seguimos por esta estrada e paramos num posto de combustível, após percorrermos 129 km, às 10:20 h. Demoramos pouco tempo, apenas o necessário ao reabastecimento. Saímos em horário não registrado por mim. 

Continuamos pela Ruta 2 por mais alguns quilômetros e após isso ela muda a denominação para Ruta 7, a qual segue até Ciudad del Este/Paraguai. Seguimos direto até esta cidade, parando apenas na fronteira, para fazer a saída do Paraguai e a entrada no Brasil. Adotamos o mesmo procedimento quando da entrada no Paraguai, pois na fronteira com o Brasil, a "muvuca" era ainda maior. Concluída a burocracia, seguimos pela Ponte da Amizade, chegando em Foz de Iguaçu/PR. Uma parte da turma havia passado antes e nos dividimos em 02 grupos. Como existem muitos moto-taxistas por lá, contratei um para nos levar até o hotel reservado por nós, o FOZ BRAZILIAN HOTEL. Logo no início do percurso, encontramos o resto da turma, e todos foram seguindo o moto-taxista. Da fronteira até o hotel era muito perto, mas mesmo assim paguei com satisfação, em guaranis, o moto-taxista. Bem melhor que ficar rodando feito barata tonta atrás do hotel. Chegamos ao hotel às 15:00 h, percorrendo 215 km desde nossa partida do posto de combustível, ainda no Paraguai.

Chegamos ainda muito cedo. Após nos acomodarmos no bom (e barato) hotel, o grupo se dividiu. A maioria seguiu de táxi até Itaipu, para um passeio na usina/represa. Eu e Eurípedes declinamos do passeio, e preferimos ir almoçar. Eu e ele fomos a um supermercado próximo do hotel, onde almoçamos tapioca com suco. Já estava com saudade da culinária brasileira. Eu e Eurípedes voltamos ao hotel, e enquanto os demais conheciam Itaipu, fui tirar uma boa soneca. Itaipu ficou para uma próxima visita a Foz de Iguaçu/PR.

Seguem abaixo algumas das fotos que a turma tirou no passeio a Itaipu.









QUILOMETRAGEM DO DIA:      344 KM.
QUILOMETRAGEM TOTAL:  10.829 KM.


sábado, 7 de novembro de 2015

EXPEDICION RUTA DE LOS ANDES 2015 - Parte XVII - CHEGANDO AO PARAGUAI (Dia 25)




DIA 25 - PRES. ROQUE SAENZ PENA/Argentina  a ASSUNÇÃO/Paraguai (27/04/2015)

Logo pela manhã, após o café e acertarmos a conta no hotel, arrumamos as tralhas e partimos às 07:48 h. Aproveitei o ensejo e aliviei minha carga, deixando por lá um botijão de 5 litros, que até então eu carregava, como eventual depósito reserva de combustível. Dali por diante ele não seria mais necessário, assim julgava eu. Vejam abaixo a disposição da turma, para mais um dia de estrada.


Início da viagem, 25º dia
Seguimos rodando pela Ruta 16 e após poucos quilômetros (22 km), paramos num posto YPF, um dos poucos a aceitar cartão de crédito em nossa travessia pelo Chaco. Chegamos lá às 08:00 h. Demoramos apenas o tempo necessário ao reabastecimento, e partimos às 08:20 h.

Prosseguimos pela Ruta 16 até a cidade de Resistência/Argentina, onde paramos em outro posto YPF, logo após esta cidade, às 09:33 h, percorrendo 115 km neste trecho. Desta feita fizemos uma parada mais demorada, com direito a lanche e descanso. Neste posto tivemos nosso momento celebridade, quando uma família argentina (mãe e filha) avistou nossas motos estacionadas ao lado da loja de conveniência, e pediu para tirar uma foto com as motos e seus pilotos. Tivemos nossos 02 minutos de fama!


Parada no posto YPF, próximo à Resistência/ARG
Partimos do posto apenas às 10:20 h. Nossa próxima parada prevista era a cidade de Formosa/Argentina. Para isso deixamos a Ruta 16 e entramos na Ruta 11, que segue em direção ao Paraguai. Esta ruta, a exemplo das demais que rodamos pela Argentina, também está em excelentes condições. O problema neste trecho foi uma bifurcação que existe alguns quilômetros após Resistência/Argentina, onde a Ruta 16 segue à direita e à esquerda se inicia a Ruta 90, que segue para o norte da Argentina. Obviamente que os ruteiros acabaram rodando alguns quilômetros indevidamente pela Ruta 90. Alguns trabalhadores argentinos serviram de fonte de consulta, e confirmaram que teríamos de voltar até a bifurcação, e continuar pela Ruta 11. Afora este pequeno contratempo, não houve nenhum incidente. Chegamos em Formosa/Argentina às 12:00 h, percorrendo 150 km desde nossa saída do posto em Resistência/Argentina. Reabastecemos as motos e saímos em horário não registrado por mim. Nosso próximo destino era Assunção/Paraguai.

Continuamos pela Ruta 11 até a fronteira dos 02 países. A saída do lado argentino ocorreu sem percalços. A entrada do lado paraguaio foi um pouco mais complicada. O posto fronteiriço é uma verdadeira "muvuca". Vendedores ambulantes, cambistas, etc. Tivemos de fazer nossos trâmites um por um, enquanto os demais ficavam de olho nas motos e bagagens. Procedemos de acordo com o ditado popular: um olho no peixe, outro no gato. Dessa forma concluímos nossa entrada no Paraguai. Os únicos que tiveram problemas foram o nosso companheiro mineiro, o Eurípedes e o Lauro. No caso de Eurípedes,  a carta-verde dele havia vencido uns dois ou três dias antes. Desta forma ele teve de pagar uma "taxa" adicional, para poder entrar no Paraguai. No caso de Lauro, ele foi vitimado por um dos cambistas da fronteira, e fez um câmbio com uma taxa péssima.

Entramos no Paraguai por uma estrada precária, em obras de recuperação. O trânsito estava lento e confuso. Nossa primeira impressão do Paraguai não era das melhores. O trânsito permaneceu lento e intenso até a ponte sobre o rio Paraguai. Do outro lado já avistávamos a cidade de Assunção/Paraguai. Assim que adentramos na área metropolitana da capital paraguaia, procuramos uma oficina de moto. Ainda estava claro, e queríamos resolver definitivamente os consertos provisórios na estrutura de sustentação das malas laterais de minha moto e de Lauro. Paramos num oficina muito simples, mas fomos atendidos atenciosamente pelos dois mecânicos que ali estavam. Eles arrumaram os parafusos adequados, fizeram a instalação e ainda não quiseram cobrar nada. Eu e lauro insistimos e pagamos pelo serviço. Eu paguei em reais e não lembro em que moeda Lauro pagou.

Nossa impressão inicial negativa já estava sendo revertida. Além do atendimento nota dez daquela humilde oficina, durante a execução dos serviços fomos abordados por um paraguaio. Ele também era motociclista, viu as motos e parou para ver se precisávamos de ajuda. Ele detalhou o roteiro passo-a-passo até nosso local de hospedagem, a POSADA SHALOM. Terminamos nosso serviço e seguimos em direção à POSADA SHALOM, de acordo com as instruções de nosso amigo paraguaio. Em pleno trânsito fomos abordados por um senhor que estava de carro. Ele nos perguntou para onde estávamos indo. Informamos o endereço da POSADA SHALOM e ele disse que nos levaria até bem próximo à pousada. Percorremos ruas e avenidas seguindo nosso veloz guia, até que ele parou e nos indicou a localização de nossa pousada. Rapidamente chegamos à POSADA SHALOM. O horário da chega foi às 16:15 h, percorrendo 193 km neste trecho final.

A POSADA SHALOM está localizada em área nobre da capital paraguaia. É uma propriedade aconchegante, administrada por um simpático casal. Eles inclusive conhecem as belezas do nosso litoral pernambucano.


Chegando à POSADA SHALOM I

Chegando à POSADA SHALOM II

























Após nos acomodarmos, pedimos indicação de um local para jantarmos. Nossos anfitriões nos indicaram o Paseo Carmelitas, que ficava a alguns quarteirões de distância. Uma caminhada sem problemas, para quem passara o dia sentado numa moto. Este local é um grande shopping, especializado em bares e restaurantes, e é um ponto de referência para os habitantes locais e os turistas. Seguimos até lá e tivemos um ótimo jantar. Na volta, mais uma breve caminhada para a digestão e logo depois, uma tranquila noite de sono. No dia seguinte seguiríamos para o nosso Brasil, mais especificamente Foz do Iguaçu/PR.


QUILOMETRAGEM DO DIA:      480 KM.
QUILOMETRAGEM TOTAL:  10.485 KM.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

EXPEDICION RUTA DE LOS ANDES 2015 - Parte XVI - ATRAVESSANDO O CHACO (Dia 24)



DIA 24  - SALTA/Argentina a PRES. ROQUE SAENZ PENA/Argentina (26/04/2015)

Dia de estrada novamente. Tínhamos programados 02 dias pela frente, para cruzar a região argentina do Chaco. As informações que coletei durante minha pesquisa não nos deixava nada animados. Os relatos falavam em falta de combustível nos postos, muito calor, uma região sem atrativos turísticos e muitos insetos. Afora isso, a possibilidade de "propinas" às autoridades policiais, pelo caminho. Mas como dizem, não devemos morrer de véspera...

Saímos cedo do HOTEL MISOROJ, logo após o café da manhã e o acerto da conta. Fomos inicialmente em busca de um posto, para reabastecermos as motos. Abastecemos as motos e saimos deste posto às 07:02 h, marco inicial do nosso dia. Saímos ainda com relativa escuridão, pois o céu começava a clarear. Seguimos as indicações do GPS de Helenildo e logo comecei a desconfiar que o melhor roteiro não era o que seguíamos. Após rodarmos alguém tempo, por ruas e estradas muito estranhas, chegando a uma estrada de terra, voltei para indagar a alguém sobre o caminho para Ruta 09, em direção a Rosário de la Fronteira/Argentina. Confirmei que o melhor caminho não era aquele. Confesso aqui, que tive uma parcela de culpa neste erro. Indiquei a Helenildo que traçasse o roteiro até a cidade de Rosário de La Fronteira/Argentina. Na verdade esta cidade era apenas uma referência, pois como podemos ver no mapa logo acima, pegaríamos a Ruta 16 antes desta cidade. O GPS de Helenildo provavelmente estava indicando uma trilha em linha reta, até esta cidade, que deveria ser o caminho mais curto.

Após voltarmos boa parte do caminho errado, encontramos a saída da cidade. Uma chuva começou a cair e paramos para vestir as capas de chuva. Eu, Lauro e Helenildo seguimos viagem juntos. Hélio e Rodolfo seguiram em frente, distanciando-se de nós. Seguimos viagem sem problemas pela Ruta 09. Ao chegarmos no acesso para a Ruta 16, Hélio e Rodolfo estavam à nossa espera. Ainda bem, pois temia que eles seguissem direto pela Ruta 09, perdendo a entrada para a região do Chaco.

Seguimos alguns quilômetros pela Ruta 16 e paramos num posto de combustíveis, alguns quilômetros antes de Joaquin Victor Gonzalez/Argentina, nossa primeira parada programada para este dia. O medo da pane seca nos fez parar antes do previsto. Chegamos neste posto às 09:33 h, percorrendo 169 km neste trecho inicial. Aproveitamos a parada e pedimos informações ao frentista sobre as possibilidades de abastecimento pelo caminho. Ele nos informou que não teríamos problemas com isso. Neste parada percebemos que as estruturas de sustentação das malas laterais, de minha moto e de Lauro estavam com falta de parafusos. Nosso mecânico da equipe (Helenildo), conseguiu contornar o problema, adaptando um parafuso na moto de Lauro e improvisando uma amarração com arame na minha moto. Saímos do posto às 10:24 h, retomando nossa viagem.

Continuamos nossa viagem pela Ruta 16. Com poucos quilômetros, (aprox.uns 70 Km) alcançamos a cidade de Joaquin Victor Gonzalez/Argentina. Eu, Helenildo e Lauro resolvemos parar na cidade, para reabastecer mais uma vez nossas motos, tomar um café e procurar parafusos, para o conserto definitivo da minha moto e a de Lauro. Os outros prosseguiram direto. Não conseguimos, pois afinal era domingo. Perdemos algum tempo nessa parada, mas retomamos nossa viagem.

Prosseguimos pela Ruta 16, alcançando nossos companheiros antes do ponto de parada previsto, Monte Quemado/Argentina. Chegamos nesta cidade ás 13:31 h, percorrendo 252 km neste segundo trecho. Nesta parada encontramos dois "hermanos" motociclistas, que também seguiam pela Ruta 16, retornando para a cidade deles, Corrientes/Argentina. Saímos às 14:14 h.


Hermano rumo a Corrientes/ARG I

Hermano rumo a Corrientes/ARG II
A próxima parada programada era em Pampa Del Infierno/Argentina. Como de lá até Presidência Roque Saenz Pena/Argentina a distância era pequena, resolvemos seguir direto até o ponto final do dia, parando no caminho quando necessário. Continuamos pela Ruta 16, com suas longas e intermináveis retas. Paramos num posto a cerca de 120 km após Monte Quemado/Argentina, para reabastecimento e espantar a sonolência que atingia a todos, em menor ou maior grau. Nesta parada conhecemos um motociclista brasileiro, em retorno de sua viagem solo pela América do Sul. Aproveitamos a parada para um "dedinho de prosa" e convidamos ele a nos acompanhar a partir daí. Seu nome era Eurípedes, mineiro da cidade de Arcos. Pelos próximos dias seríamos 06 ruteiros. Retomamos viagem, parando mais uma vez, cerca de 35 km antes de Presidência Roque Saenz Pena/Argentina e depois na própria Presidência Roque Saenz Pena/Argentina. Paramos num posto de combustíveis e pedimos dica de um local para nos hospedarmos. Para este dia não havíamos reservado nada antecipadamente. O frentista nos indicou um hotel que ficava uns 40 km após a cidade. Reabastecemos as motos, alguns fizeram um câmbio emergencial (afinal teríamos apenas mais 01 dia em terras argentinas), e partimos para o trecho final de nossa viagem, neste dia.


A "disposição" dos ruteiros, na travessia do Chaco

Fascínio das crianças com as motos, uma constante na travessia do Chaco




























Chegamos ao HOTEL LE PARK, numa localidade denominada Machagai, às 18:34 h. Foram 318 km desde nossa partida de Monte Quemado/Argentina. O hotel era muito confortável, e contava com um restaurante próprio. Nos instalamos em nossos quartos e jantamos por lá mesmo. No dia seguinte teríamos o restante do Chaco a atravessar, e a chegada ao Paraguai.


Chegada ao Hotel Le Park I

Chegada ao Hotel Le Park II

QUILOMETRAGEM DO DIA:      739 KM.
QUILOMETRAGEM TOTAL:  10.005 KM.

domingo, 18 de outubro de 2015

EXPEDICION RUTA DE LOS ANDES 2015 - Parte XV - TURISMO EM SALTA/Argentina (Dia 23)


DIA 23  - SALTA/Argentina (25/04/2015)


Tínhamos todo este dia para conhecer Salta/Argentina, também conhecida como Salta, La Linda. Eu já passara alguns dias nesta belíssima cidade, em 2013, com meu filho mais velho.

A cidade e a região em que ela está inserida têm muitos atrativos a serem visitados. Mesmo em minha passagem anterior, em que tive cerca de 05 dias disponíveis, não visitei todos seus atrativos turísticos. Pena que seja um destino ainda pouco visitado pelos brasileiros, que em sua imensa maioria limita-se a Buenos Aires e Bariloche, nas terras argentinas.

Como nós só tínhamos um dia, resolvemos ficar pela área urbana. Na parte da manhã nos dirigimos à Plaza de Armas, onde ficam a Catedral, o Cabildo e o MAAM, Museu de Arqueologia de Alta Montanha. Ao redor da praça existem muitos bares, cafés e restaurantes. Sentamo-nos num destes estabelecimentos, e saboreamos calmamente um café, apreciando a beleza do lugar.


Após isso caminhamos pela praça e aproveitamos para acertar o passeio num micro-ônibus turístico, o Bus Turístico Salta. Como ainda tínhamos algum tempo até a saída do nosso passeio, fomos caminhar pelo comércio local. Além de passear descompromissadamente, tínhamos o objetivo de localizar uma revenda Yamaha, pois Helenildo estava precisando de óleo lubrificante para a corrente e uma presilha para a tela do radiador da moto dele (XT 660R). Achamos uma revenda Yamaha próxima ao centro da cidade. Ele foi muito bem atendido e conseguiu tudo o que necessitava.

Retornamos à Plaza de Armas (Praça 9 de Julho) e almoçamos por ali mesmo. A bem da verdade, cada um escolheu um sanduíche "reforçado" e nos consideramos almoçados. Terminado o almoço, nos dirigimos ao ponto de saída do micro-ônibus, e fomos os primeiros a subir.































O passeio passa por 14 pontos turísticos na cidade, parando em alguns deles. As paradas foram no Mirador Portezuelo, onde se tem uma bela visão da cidade, do alto de uma montanha próxima. A outra parada, essa mais demorada, foi no Mercado Artesanal. Interessante local com várias lojas que vendem o artesanato local.


Finalizamos nosso passeio no mesmo ponto de partida, a Praça 9 de Julho. Embora eu indicasse a todos uma ida ao teleférico, para a subida ao Cerro São Bernardo, eles preferiram encerrar as atividades turísticas do dia por ali. Uma pena, pois o passeio ao cerro é muito bonito e eles perderam. Eu já o fiz mas iria acompanha-los, se fosse o caso. Voltamos andando para nosso hotel.

À noite, já em clima de despedida da cidade, resolvemos não sair, e jantamos lá mesmo no hotel. Iríamos nos recolher cedo, pois no dia seguinte reiniciaríamos nossa viagem, atravessando a região conhecida como Chaco, famosa em relatos pelas longas retas, pelo calor, pela grande quantidade de insetos e pela ameaça de falta de combustível.

Como este dia foi de descanso para nossas companheiras, não tivemos quilometragem a computar.



sexta-feira, 16 de outubro de 2015

EXPEDICION RUTA DE LOS ANDES 2015 - Parte XIV - SALTA/Argentina PELO PASO DE JAMA (Dia 22)



DIA 22  - SAN PEDRO DE ATACAMA/Chile A SALTA/Argentina (24/04/2015)

Na manhã seguinte, acordamos cedo mais uma vez, como de praxe em nossa viagem. Não precisávamos sair tão cedo, quanto no dia em que fizemos o trecho Iquique/Chile a San Pedro de Atacama/Chile, passando pela Mão do Deserto. A quilometragem prevista para este dia era muito menor. Além disso, havia pesquisado que as horas iniciais do dia e no final da tarde devem ser evitadas, pois o clima no Paso de Jama é sempre imprevisível.

Tomamos nosso café da manhã, acertamos as contas com as proprietárias da casa e arrumamos nossos apetrechos nas motos. Partimos às 07:40 h. Seguimos em direção à fronteira com a Argentina (Paso de Jama), pela Ruta 27. Mal saímos da cidade e tivemos uma surpresa: a estrada estava fechada! Sim, havia um portão fechando a estrada. Ficamos sabendo que rotineiramente eles fecham a passagem pelo Paso de Jama no horário noturno, em razão das baixas temperaturas. Como estávamos de moto, nós poderíamos ter contornado pelo acostamento, mas como turistas educados (e representantes do nosso Brasil), esperamos a chegada dos policiais, que às 08:00 h liberaram o tráfego na estrada.

Iniciamos uma subida de forma muito gradual. Eu achava que teríamos um paredão pela nossa frente, mas a verdade que subíamos cada vez mais, pouco a pouco. E aumentava o frio também. Esse foi o único trecho da viagem em que tivemos contato direto com a neve. Neve velha, muito pouca, mas neve de toda forma. Obviamente paramos para umas fotos.
Enfim a neve I

Enfim a neve II















Terminado nosso registro fotográfico, retomamos a viagem. Desde nossa saída de San Pedro de Atacama/Chile, viajávamos por uma região totalmente desabitada. Éramos apenas nós e os caminhões na estrada, além do frio, cada vez mais intenso. Interessante notar como o frio nos afeta de maneira diferente. Enquanto para mim, a sensação maior era nas mãos, não obstante estar vestindo duas luvas, para os outros os problemas foram também os pés, ou o corpo todo. Agradeci muito por minha Sertão ter aquecimento nas manoplas, um acessório que nunca havia usado antes, e que aos poucos foi amenizando a sensação do frio nas mãos. Segundo o termômetro da F GS 800 de Rodolfo, chegamos a suportar até 7,50 graus negativos, ao longo deste trajeto. Por fim chegamos ao posto fronteiriço do Paso de Jama, compartilhado pelas duas nações vizinhas. É uma grande estrutura, em plena cordilheira. Infelizmente, devido ao frio, cuidamos logo dos procedimentos de saída do Chile e entrada na Argentina, e não fizemos o registro fotográfico deste lugar. Chegamos às 09:58 h, percorrendo 168 km neste trecho.

Cabe aqui um esclarecimento aos futuros viajantes. A maioria dos relatos que li ou assisti na web, citavam a necessidade de se efetuar os trâmites de saída do Chile, ainda em San Pedro de Atacama/Chile, Em alguns poucos relatos, havia a informação que as aduanas dos dois países estavam centralizadas no Paso de Jama. Durante nossa estadia naquela cidade, procurei me informar e confirmei que a saída seria feita na própria divisa, no Paso de Jama.

O processo funciona de forma bastante organizada e totalmente sincronizado. Fizemos os procedimentos no lado chileno e andando apenas alguns passos, iniciamos os procedimentos de entrada no lado argentino. Terminados os procedimentos, adentramos na terra de "nuestros hermanos". Poucos metros após a fronteira existe um super bem estruturado posto da YPF (a "Petrobrás" argentina), com uma excelente loja de conveniência. Um verdadeiro oásis em plena gélida cordilheira andina! Paramos para tomar um café bem quente e forrar o estômago com algum alimento. Encontramos lá um grupo de brasileiros, que estavam viajando numa camionete, fazendo o sentido contrário ao nosso.



Posto YPF, um oásis em pleno Paso de Jama

Proteção para os pés, improvisada.
Saímos do posto YPF às 11:22 h. Seguimos agora pela Ruta 52, apreciando belas paisagens. Nossa próxima parada programada era em Susques/Argentina. O relevo era em geral plano e a viagem transcorreu tranquila. O frio ficara para trás. Passamos pelo primeiro salar de nossa viagem, o Salar de Olaroz. Paramos em um posto, pouco antes da cidade de Susques/Argentina, às 12:17 h, percorrendo 116 km neste trecho.

O posto que paramos, apesar de ser inédito para nós, já era meu conhecido. Eu o reconheci de uma série de vídeos produzidos pelo Haissem Ejje. O frentista conhecia o Brasil, está habituado com a presença de muitos motociclistas brasileiros, e fez questão de tirar uma foto conosco. Deixamos de lembrança para ele um adesivo da Expedicion Ruta de los Andes e do nosso moto-clube.


Reabastecimento em Susques/Argentina.
Apenas reabastecemos as motos, cumprimentamos nosso novo amigo, e partimos às 12:38 h. Pelos meus levantamentos, faltavam ainda mais de 300 km até Salta/Argentina. Precisaríamos abastecer em San Salvador de Jujuy/Argentina, capital da província de Jujuy, já que em Purmamarca/Argentina, não havia posto de combustível, conforme havíamos nos informado com o motociclista brasileiro, que encontramos no "pueblo" de Machuca, citado no post anterior.

Continuamos ainda pela Ruta 52. Rodamos alguns quilômetros, e nos deparamos com uma magnífica visão, minha velha conhecida: Salinas Grandes. Salinas Grandes é um grande deserto de sal, que a Ruta 52 atravessa. Não chega nem perto do Salar de Uyuni, que fica na Bolívia (o maior do mundo), mas mesmo assim sua paisagem é impressionante, principalmente para quem a visita pela primeira vez. Eu já a havia visitado em 2013, quando fui a Salta/Argentina com meu filho mais velho. A parada no lugar é quase que obrigatória.

A maioria do grupo parou logo no início, em pela salina, junto de alguns motociclistas que já estavam parados por lá. Eu e Lauro seguimos mais um pouco à frente, parando numa construção à beira da estrada. Lá existe apenas esta estrutura, construída com "tijolos" de sal, alguns banheiros químicos e vendedores de artesanato feito com o sal bruto. Apesar desta falta de infra-estrutura turística, é o ponto de parada de vans e ônibus que fazem passeios turísticos, além das motos e carros particulares. Foram muitos minutos de contemplação, fotos, filmagens e pilotagem no sal.

Ponto de parada, Salinas Grandes

Pilotando em Salinas Grandes

Casal australiano e seu "perro"



Após estes momentos, retomamos nossa viagem. Eu já havia passado no trecho a seguir,de van, em 2013, num passeio turístico, e sabia que alguns quilômetros à frente nos esperava a Cuesta Lipán. Uma descida interminável com várias curvas fechadíssimas e um belo visual. Deixaríamos de vez as altas montanhas dos Andes para trás, descendo de uma altitude média de 4.000 metros para cerca de uns 1.100 metros, aproximadamente, a altitude média de Salta/Argentina. Ao chegarmos no início da cuesta, não pudemos evitar mais uma parada, para nosso registro fotográfico.


Iniciando a descida da Cuesta Lipán
Realizamos nossa descida cuidadosamente, passando por Purmamarca/Argentina, ladeada por montanhas multicoloridas, uma delas denominadas "Cerro de Siete Colores". A partir desta cidade, passamos a rodar pela Ruta 09. Seguimos por ela até a altura de San Salvador de Jujuy/Argentina. Pouco após esta cidade, cometemos um erro em nosso percurso, por conta da configuração errada no GPS de Helenildo.

Seguimos a indicação dele e continuamos pela Ruta 09. Eu ainda parei para argumentar que estava estranhando o caminho, mas resolvemos seguir o caminho indicado pelo GPS. Este caminho era denominado adiante por "La Cornija". No início era uma estrada simples, de faixa única, mas alguns quilômetros adiante a estrada virou uma quase ciclofaixa! Sim uma estrada asfaltada, mas muito estreita, cheia de curvas, vegetação fechada e muitas vacas! Não tirei fotos mas inseri abaixo uma foto tirada pelo Moto Grupo Liberdade Vigiada, que em 2010 também caiu neste mesmo erro.



Seguimos ziguezagueando por esta estrada, desviando das fezes bovinas, abundantes por todo o caminho. Vez ou outra cruzávamos com algum automóvel. Além disso havia a preocupação com uma possível pane seca, especialmente no meu caso. Com imensa alegria saímos daquela estrada de brinquedo e voltamos a uma estrada normal, já próximo de Salta/Argentina. AVISO AOS FUTUROS VIAJANTES: esse erro parece ser comum aos que fazem o percurso de Purmamarca/Argentina a Salta/Argentina. De fato o caminho por "La Cornija", é mais curto cerca de uns 30 km. Mas nem sempre o mais curto significa o mais rápido ou o melhor caminho. Embora a região cortada por essa estrada seja muito bela, acho melhor fazer o percurso mais longo, seguindo pela Ruta 66 até a Ruta 34. Na Ruta 34 seguir em direção ao sul, passando pela cidade de Gal. Guemes/Argentina e no cruzamento com a Ruta 09, dobrar em direção a Salta/Argentina.

Chegando em Salta/Argentina, a primeira providência foi pararmos num posto para abastecimento. Rodei aproximadamente 300 km, sem reabastecimento! A segunda providência foi acharmos o hotel que havíamos reservado: o HOTEL MISOROJ. Depois de muito rodarmos, graças ao GPS de Helenildo e às informações de alguns moradores locais, conseguimos localizá-lo.

Chegamos no hotel às 19:45 h, percorrendo 308 km desde de nossa saída do posto em Susques/Argentina. Nos acomodamos, nos arrumamos e saímos para um excelente jantar, regado pelo vinho local (feito da uva torrontes, característica da região). De brinde ainda tivemos a apresentação de um show típico. Fechamento com chave de ouro, para um dia com muitas emoções.


Segue abaixo o link para o vídeo no You Tube deste trecho da viagem e de outro que contempla este trecho e dos demais, até a chegada a Foz de Iguaçu/PR.

QUILOMETRAGEM DO DIA:    592 KM.
QUILOMETRAGEM TOTAL:  9.266 KM.