domingo, 5 de janeiro de 2020

RUTA NORTESUDAMERICA-Parte V - De Huaraz/Peru a Trujillo/Peru




ETAPA V – De Huaraz/Peru a Trujillo/Peru    (13/05/2018)

13º DIA - 13/05/2019


Acordamos cedo, tomamos nosso café da manhã,arrumamos tudo, acertamos nossas contas no hotel e pegamos a estrada.

O percurso previsto para o dia não era extenso, mas iríamos passar por um local imperdível: o Canon del Pato. Este cânion é formado pelo Rio Santa, entre as cordilheiras Branca e Negra. Uma estrada estreita segue escavada entre enormes paredões de pedra, descendo em direção ao litoral. Apesar de todos os passeios e lugares interessantes para visitar em Huaraz/Peru e seus arredres, cometo a heresia de confessar que programei a visita a esta cidade, apenas com o intuito de percorrer o Canon del Pato...

Saímos de Huaraz/Peru às 08:05 h, pegando a rodovia 3N, em direção à cidade de Caraz/Peru. Paramos num posto na entrada desta cidade, às 09:20 h, percorrendo 67 km neste trecho inicial. Reabastecemos as motos e partimos logo, em direção ao Canon del Pato.

Após alguns kms, começamos a descida pelo Canon del Pato. A estrada  é asfaltada em sua maior parte, mas existem trechos sem asfalto, com asfalto ruim e a presença constante daquelas pedrinhas pequeninas na estrada, excelentes para uma escorregada, se não tomarmos cuidado. Durante as pesquisas para o planejamento, li que existem 37 (ou mais) túneis a longo desta estrada. Não posso garantir-lhes o número real, pois eu (Marcos) e meu companheiro de viagem (Hélio) perdemos a conta. Mas este trajeto, apesar de apresentar um certo risco, vale demais a pena.




Hidrelétrica no Canon del Pato

Existe uma hidrelétrica, ao longo do percurso, movida apenas pela força das águas do Rio Santa, sem necessidade de um grande represamento. Além da paisagem deslumbrante, o que nos chamou atenção também foi o encontro com alguns ciclistas, percorrendo o sentido contrário ao nosso, ou seja, subindo a cordilheira. Pena não ter tirado nenhuma foto desses verdadeiros aventureiros.



Já no final de nossa descida, encontramos um irmão motociclista, em viagem solo, também no sentido contrário ao nosso, subindo a cordilheira, em direção a Huaraz/Peru. Desta vez paramos nossas motos e ele também, para uma rápida conversa.

O nome dele era Josh, natural da Austrália. Ele era fluente em espanhol e podemos nos entender, mesmo usando o velho portunhol, de nossa parte. Disse que havia concluído um intercâmbio nos Estados Unidos, e resolveu comprar uma Kawasaki KLR 650 (usada), descendo desde a Califórnia/USA, para conhecer as Américas, sem prazo para terminar, nem local de destino final. Um sonho para qualquer viajante motociclista...Explicamos para ele nosso roteiro, também, e fizemos o registro fotográfico deste encontro.


Encontro com Josh, motocilista australiano


Despedimo-nos do nosso colega australiano e prosseguimos nosso roteiro. 

Após concluirmos a descida, já na parte mais baixa do vale do Rio Santa, paramos num paupérrimo povoado, de nome Chuquicara. Em todo o percurso pelo Canon del Pato, a única aglomeração humana que vimos foram as instalações da hidrelétrica. Aproveitamos para uma hidratação dos pilotos e uma ida ao banheiro. Não registrei nossa quilometragem desde a saída de Caraz/Peru, mas consultando o Google Maps, verifiquei que foram 105 kms neste trecho. Não registrei também o horário de nossa chegada.

Encontramos 02 simpáticos "papudinhos" (para os não nordestinos, o mesmo que pinguços, apreciadores de bebidas alcoólicas) peruanos, tranquilamente tomando umas cervejas numa venda à beira da estrada. Eles se chamavam Franklin (maldito colonialismo cultural americano...) e Tito Mauri, e ficaram muito curiosos com as motos, sobre a nossa viagem, e sobre nosso país. Eles nos ofereceram até uma cerveja como cortesia, mas como motociclistas conscientes, recusamos educadamente. Eles indicaram  um atalho, que iria reduzir nosso trajeto até Trujillo/Peru. Não levamos muita fé na informação, principalmente pelo ligeiro estado etílico de ambos. Posteriormente confirmei que realmente existe uma estrada, não asfaltada, que vai da localidade de Tanguche até a estrada 1N (Panamericana Norte), evitando a ida da até as proximidade da cidade de Chimbote/Peru, e que economizaria com certeza, muitos Kms para nós.


Hélio e os "papudinhos" de Chuquicara

Partimos em horário não registrado por mim (de novo!), desta vez pela rodovia 12, uma continuação (ou derivação) da rodovia 3N, com o intuito de paramos logo após alcançarmos a rodovia 1N (Panamericana Norte). Paramos num posto, logo após a cidade de Santa/Peru, já na rodovia 1N, após percorrermos 67 kms, às 15:30 h.

Abastecemos as motos, e partimos às 13:42 h, continuando pela 1N (Panamericana Norte), com parada final prevista para a cidade de Trujillo/Peru. Paramos num posto logo na entrada da cidade, às 15:08 h, percorrendo 113 kms neste trecho final. Pedimos informações sobre hotéis na cidade, mas resolvemos seguir para um dos que havíamos pesquisado durante o nosso planejamento. Contratamos um táxi que nos levou até o Antares Hotel Trujillo. Excelente hotel, localizado próximo à entrada da cidade. Para fins de atualização dos amigos viajantes, informo que este hotel mudou o nome para Rado Hotel.

A cidade de Trujillo/Peru nos surpreendeu positivamente. Fomos jantar numa boa churrascaria, e no caminho nosso taxista informou que ela era a 2ª cidade mais povoada do Peru. Jantamos na Parrilladas Buffalo Beef, uma comida muito boa, e voltamos ao hotel.


Jantar em Trujillo/Peru

No dia seguinte o destino seria a cidade de Piura/Peru, última escala antes de entrarmos no Equador.

Quilometragem do dia = 352 km.
Quilometragem acumulada = 3.523 km.